ATA DA NONAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 31-10-2005.
Aos trinta e um dias do mês de outubro do ano de
dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen
Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Margarete
Moraes, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Professor Garcia e Raul
Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson,
Gerson Almeida, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maurício Dziedricki,
Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providências nos 2520,
2521, 2522, 2523, 2524, 2525, 2526, 2527, 2528, 2529, 2530, 2531, 2532, 2533,
2534, 2535 e 2536/05 (Processos nos 6289, 6290, 6291, 6292, 6293,
6294, 6295, 6296, 6297, 6298, 6299, 6300, 6301, 6302, 6303, 6304 e 6305/05,
respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos
2543, 2544, 2545, 2546, 2547, 2548, 2549, 2550, 2551, 2552 e 2553/05 (Processos
nos 6320, 6321, 6322, 6323, 6324, 6325, 6326, 6327, 6328, 6329 e
6330/05, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providências
nº 2575/05 (Processo nº 6375/05); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Pedido de
Providências nº 2578/05 (Processo nº 6383/05); pelo Vereador Márcio Bins Ely,
os Pedidos de Providências nos 2441, 2442, 2488, 2489 e 2490/05
(Processos nos 6126, 6127, 6227, 6229 e 6230/05, respectivamente);
pela Vereadora Margarete Moraes, o Pedido de Providências nº 2519/05 (Processo
nº 6281/05) e o Pedido de Informações nº 268/05 (Processo nº 6206/05); pela
Vereadora Mônica Leal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 287/05 (Processo nº
6135/05). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10629132, 10629524
e 10629936/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, o
Senhor Presidente determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da
Octogésima Quinta, Octogésima Sexta e Octogésima Sétima Sessões Ordinárias e da
Quadragésima Nona, Qüinquagésima e Qüinquagésima Primeira Sessões Solenes, que
deixaram de ser votadas, em face da inexistência de quórum deliberativo. A
seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado
que, durante esse período, seria realizado o lançamento do Programa Nacional de
Inclusão do Jovem – ProJovem – em Porto Alegre. Compuseram a MESA: o Vereador
Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Beto
Cury, Secretário Nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da
República; e o Senhor Mauro Zacher, Secretário Municipal da Juventude. Ainda, o
Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Rafael Paganini, Coordenador
Político da Secretaria Municipal da Juventude. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador
Carlos Comassetto congratulou a Presidência da República pela criação do
Programa Nacional de Inclusão do Jovem, destacando que, graças a essa
iniciativa, mais de cento e oitenta e duas mil pessoas com idade entre dezoito
e vinte e quatro anos poderão concluir o Ensino Fundamental. Nesse sentido,
elogiou o volume de recursos destinado ao ProJovem e a participação de governos
municipais nesse Programa. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Senhor Beto Cury, que divulgou o trabalho desenvolvido pela
Secretaria Nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da
República, sublinhando a representatividade da população jovem no Brasil. Em
relação ao assunto, alegou que o ProJovem é fundamental no processo de inclusão
social pretendido pelo Governo Federal, frisando a participação da sociedade civil
na sua discussão e implementação. Após, o Senhor Presidente registrou a
presença do Senhor João Bosco Vaz, Secretário Municipal de Esportes, Recreação
e Lazer. Às quatorze horas e quarenta e um minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e três
minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o Senhor
Presidente registrou o transcurso dos aniversários dos Vereadores Nereu
D'Avila, no dia vinte e oito de outubro, Claudio Sebenelo, Aldacir Oliboni e
Neuza Canabarro, ontem. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ibsen Pinheiro refutou
a idéia de que esta Câmara se concentra em Projetos de importância secundária,
discorrendo acerca das atividades desenvolvidas regularmente neste Legislativo
e mostrando-se contrário ao tratamento hostil dispensado ao Poder Legislativo
no Brasil. Ainda, rechaçou a postura adotada por parlamentares em relação a
esse assunto, considerando ataques pessoais aos Senhores Vereadores uma prática
prejudicial aos interesses desta Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz
referiu-se ao programa Polêmica, da Rádio Gaúcha, que tratou hoje sobre o valor
das Câmaras Municipais para a sociedade, manifestando-se surpreso com o baixo
interesse registrado pelos ouvintes acerca desse tema. Também, julgou injustas
as críticas a esta Casa e argumentou que existem dispositivos regimentais
permitindo o adiamento excessivo da votação de Projetos, mencionando proposições
importantes aprovadas este ano neste Legislativo. O Vereador Maurício
Dziedricki corroborou o pronunciamento do Vereador Ibsen Pinheiro em Grande
Expediente, sustentando que a apreciação de Projetos secundários não diminui a
relevância das atividades desta Casa. Além disso, chamou a atenção para a falta
de segurança na Zona Sul, protestando contra o fechamento do Posto de Saúde
Familiar da Vila Castelo, em decorrência do número de assaltos sofridos
recentemente, e cobrando atitudes enérgicas do Poder Público no combate à
criminalidade. A Vereadora Neuza Canabarro registrou sua participação no “9º
Congresso de Supervisores de Educação”, ocorrido no período de dezenove a vinte
e um de outubro do corrente, em Maceió – AL, enaltecendo o abandono de idéias
utópicas sobre ensino, em detrimento de abordagens realistas às questões
educacionais. Nesse sentido, destacou a importância da presença de supervisores
de educação qualificados nas escolas, contestando a desvalorização dessa classe
no Estado, nos últimos anos. O Vereador Haroldo de Souza respondeu às críticas
sobre a significância dos Projetos em tramitação neste Legislativo, enumerando
proposições complexas de interesse da Cidade e desaprovando declarações do
Vereador Adeli Sell sobre o assunto. Ainda, exclamou que a Empresa Pública de
Transportes e Circulação tem se voltado à emissão de multas e analisou a crise
por que passa o Partido dos Trabalhadores, realçando a gravidade das acusações
enfrentadas por esse Partido. A Vereadora Sofia Cavedon reprovou as condições
do trânsito em Porto Alegre, cobrando mudanças na fiscalização e nas obras
realizadas pela Empresa Pública de Transportes e Circulação. Também, rechaçou
mudanças adotadas pelo Governo Municipal em relação às crianças de rua,
criticando o trabalho desenvolvido pela Fundação de Assistência Social e Cidadania
e elogiando a fiscalização realizada pela Frente Parlamentar em Defesa da Criança
e do Adolescente. Em continuidade, o Vereador Haroldo de Souza formulou Requerimento
verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão, tendo os Vereadores Raul Carrion e João Antonio
Dib se manifestado a respeito do assunto. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar,
4ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 026/05, discutido pelos
Vereadores Carlos Todeschini, João Carlos Nedel, Carlos Comassetto, Margarete
Moraes, Maristela Maffei e João Antonio Dib. Na oportunidade, o Vereador Carlos
Todeschini formulou Requerimento, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando
que a Procuradoria desta Casa se pronuncie acerca da Mensagem Retificativa nº
01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/05, tendo o
Vereador Claudio Sebenelo manifestado-se a respeito do assunto. Também, foram
apregoados: a Emenda nº 22, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, Líder da
Bancada do PPS, ao Projeto de Lei do Executivo nº 010/05 (Processo nº 4356/05);
Requerimento de autoria do Vereador Carlos Todeschini, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando votação em destaque para as Emendas nos 04, 05, 07, 10,
12, 14, 15, 16 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo
nº 010/05 (Processo nº 4356/05); Requerimento
de autoria da Vereadora Manuela d'Ávila, apresentado por meio do Processo nº
6340/05, solicitando autorização para representar externamente esta Casa no
Seminário Regional “Los Jovens y la Agenda Social del MERCOSUR”, realizado dos
dias vinte e nove a trinta e um de outubro do corrente, nas cidades de Canelones
e Montevidéu, no Uruguai; o Ofício nº 068/05, deferido pelo Senhor
Presidente, de autoria do Vereador Raul Carrion, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, de três a dez de novembro do
corrente, em atividades preparatórias para a Conferência Nacional das Cidades,
a serem realizadas em Manaus, no Estado do Amazonas, em Belém, no Estado do
Pará, e em São Luís, no Maranhão. Em continuidade, os Vereadores João Antonio
Dib e Sebastião Melo formularam Requerimentos verbais, solicitando alteração na
ordem dos trabalhos da presente Sessão, tendo se manifestado os Vereadores
Carlos Todeschini e Haroldo de Souza e o Senhor Presidente prestado esclarecimentos
acerca do assunto. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/05, discutido pelo Vereador
João Antonio Dib e pela Vereadora Sofia Cavedon; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 041/05, discutido pelo Vereador João Antonio
Dib, os Projetos de Lei do Legislativo nos 265, 282 e 285/05,
discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, 272/05, discutido pelos Vereadores
João Antonio Dib, José Ismael Heinen e Carlos Comassetto, o Substitutivo nº 01
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 081/01, discutido pela Vereadora Margarete
Moraes e pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 138/05,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, o Substitutivo no
01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo no 015/00,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 187/04, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o
Substitutivo no 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo no
027/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 260 e 277/05, discutidos pelo
Vereador João Antonio Dib; o Projeto de Resolução nº 132/05, discutido pelo
Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, foram apregoadas a Emenda nº 23 e a
Subemenda nº 02 à Emenda nº 01, de autoria do Vereador Carlos Todeschini, Líder
da Bancada do PT, e a Emenda nº 24, de autoria da Vereadora Maristela Maffei,
Líder da Bancada do PSB, ao Projeto de Lei do Executivo nº 010/05 (Processo nº
4356/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Todeschini manifestou-se
quanto às verbas de compensação de exportações a serem repassadas ao Estado
pelo Governo Federal, conforme a Lei Complementar nº 087/96. Também, afirmou
que a atuação dos Vereadores desta Casa deve ser medida em termos de benefícios
à população e não quantidade de Projetos votados e comentou matéria do jornal
Zero Hora de vinte e sete de outubro do corrente, intitulada “Os 300 dias do
governo Fogaça”. O Vereador Claudio Sebenelo replicou críticas aos Governos Municipal
e Estadual, efetuadas hoje neste Legislativo por Parlamentares da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, declarando que esse Partido não está realizando a
autocrítica que Sua Excelência considera necessária frente à atual conjuntura
política brasileira. Nesse sentido, referiu-se às denúncias que estão sendo
investigadas pelo Congresso Nacional, de casos de corrupção envolvendo
integrantes do Governo Federal. O Vereador João Antonio Dib, enfatizando que os
Poderes Executivo e Legislativo são ambos responsáveis pela qualidade dos
serviços públicos oferecidos à população, propugnou por um trabalho conjunto
dos Vereadores, Secretários e do Prefeito, para que sejam encontradas soluções
aos problemas vivenciados pelos porto-alegrenses. Ainda, avaliou questões
atinentes à política econômica seguida pelo Senhor Olívio Dutra no período em
que ele esteve à frente do Governo Municipal. A Vereadora Neuza Canabarro
chamou a atenção para notícia veiculada hoje pelo jornal Zero Hora, de que
teriam sido aliciados adolescentes quando da invasão da empresa Standard
Logística e Distribuição Limitada, promovida por integrantes da organização Via Campesina, no dia
vinte e seis de outubro do corrente. Igualmente, contestou posições do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto a denúncias de corrupção divulgadas
na imprensa, envolvendo políticos e parlamentares brasileiros. O Vereador
Sebastião Melo criticou a política econômica e fiscal adotada pelo Partido dos
Trabalhadores em âmbito federal e no período em que esteve à frente dos Governos
do Município e do Estado, ressaltando que a sociedade necessita de ações que
melhorem efetivamente a qualidade de vida dos cidadãos. Em relação ao assunto,
analisou positivamente a gestão do Governador Germano Rigotto no comando do
Executivo Estadual. O Vereador Raul Carrion registrou o transcurso, hoje, do
Dia Estadual e Nacional da Cultura e do Dia Municipal da Literatura e do
Folclore, lembrando que a Lei Municipal nº 9.581/04 propõe eventos que
valorizem as raízes culturais da comunidade porto-alegrense e gaúcha. Sobre o
assunto, protestou contra a forma como setores da indústria e do comércio
relacionam o dia trinta e um de outubro ao Dia das Bruxas, conhecido como
“Halloween”, festividade característica da sociedade norte-americana. O
Vereador Maurício Dziedricki destacou programas implementados pelas Secretarias
Municipais de Porto Alegre e chamou a atenção para a origem da crise do
funcionalismo público da Cidade, alegando que os dezesseis anos de gestão do
Partido dos Trabalhadores foram decisivos para a atual situação enfrentada
pelos Municipários. Ainda, teceu considerações acerca de casos de corrupção na
política nacional, comentando reportagem da revista Veja, intitulada “O
dinheiro de um ditador”. A Vereadora Clênia Maranhão, contraditando afirmações
do Vereador Carlos Comassetto, em relação às atividades desenvolvidas nas
unidades do Projeto Telecentros em Porto Alegre, discorreu sobre a importância
desses espaços para a inclusão digital da população. Nesse contexto, mencionou
que a gestão do Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre, no ano de dois mil e
quatro, não havia feito nenhuma previsão orçamentária de destinação de verbas
para esse Projeto no ano corrente. A seguir, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA, tendo o Senhor Presidente informado que seria alterada a ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, de acordo com o definido em
reunião realizada hoje pela manhã entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes.
Em Discussão
Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 010/05, o qual, após
ser discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Carlos Todeschini, Raul Carrion,
Clênia Maranhão e Bernardino Vendruscolo, teve suspensa sua discussão, em face
da inexistência de quórum para continuidade dos trabalhos da presente Sessão.
Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 010/05, os Vereadores
Aldacir Oliboni e Haroldo de Souza cederam seus tempos de discussão,
respectivamente, aos Vereadores Raul Carrion e Clênia Maranhão. Na ocasião, foi
aprovado Requerimento de autoria do Vereador Professor Garcia, solicitando a
retirada da Emenda nº 11 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 010/05, e o
Vereador Sebastião Melo manifestou-se, por meio de Questão de Ordem, acerca do
teor desse Projeto. Ainda, foram apregoadas a Emenda nº 25, de autoria dos Vereadores
Raul Carrion e Manuela d’Ávila, Líder da Bancada do PCdoB, e a Subemenda nº 03
à Emenda nº 01, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, Líder da Bancada do
PPS, ao Projeto de Lei do Executivo nº 010/05 (Processo nº 4356/05), e foram
apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente,
relativos a esse Projeto: de autoria da Vereadora Manuela d’Ávila e do Vereador
Raul Carrion, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada da Emenda
nº 20, e de autoria do Vereador Raul Carrion, solicitando votação em destaque para
as Emendas nos 21 e 25. Também, foi aprovado Requerimento de autoria
do Vereador Carlos Todeschini, solicitando, em relação ao Projeto de Lei do
Executivo nº 010/05 (Processo nº 4956/05), que as Emendas nos 20,
21, 22, 23, 24 e 25, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 12 e as Subemendas nos
02 e 03 à Emenda nº 01, sejam dispensadas do envio à apreciação de Comissões
Permanentes. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria da
Vereadora Maristela Maffei, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no
dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição
e Justiça. Também, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Carlos
Todeschini, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Guilherme
Barbosa e Marcelo Danéris em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição
à Vereadora Maristela Maffei. Ainda, o Vereador Paulo Odone manifestou-se acerca
do quórum da presente Sessão e sobre a apreciação, pela Casa, do Projeto de Lei
do Executivo nº 010/05. Às dezoito horas e quarenta e sete minutos, constatada
a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Elói Guimarães e Aldacir Oliboni e
secretariados pelos Vereadores Nereu D’Avila e João Carlos Nedel, este como
Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Passamos ao
O Grande Expediente destina-se a
ouvir o Sr. Beto Cury, Secretário Nacional da Juventude, da Secretaria-Geral da
Presidência da República, que fará o lançamento do Programa ProJovem em Porto
Alegre, a quem convidamos a fazer parte da Mesa.
O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do
Ver. João Antonio Dib.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Prezado Sr. Luiz Roberto Cury, Secretário Nacional da Juventude da
Secretaria-Geral da Presidência da República, que vem hoje fazer o lançamento
oficial do Programa da Juventude em Porto Alegre, um convênio entre o Governo
Federal e o Governo Municipal/Secretaria da Juventude.
Agradeço, de
imediato, ao colega João Antonio Dib pela gentileza de nos ceder este espaço,
para que pudéssemos, em nome da Câmara de Vereadores, trazer as nossas
congratulações ao ProJovem - Programa Nacional de Inclusão de Jovens - que
chega, a partir deste mês, a todas as capitais do País e que está muito próximo
de atingir a sua meta para este ano, que é atender cerca de 200 mil jovens,
trazendo-os de volta aos estudos e proporcionando-lhes a conclusão do Ensino
Fundamental, a formação profissional necessária à inserção no mundo do trabalho
e a sua valorização como agentes sociais e cidadãos participativos.
Este programa, Sr.
Presidente, é destinado aos jovens de 18 a 24 anos que terminaram a 4ª série,
mas que não concluíram a 8ª série do Ensino Fundamental, que não trabalham ou
não têm contrato de vigência na carteira de trabalho e que residem nas capitais
dos Estados e no Distrito Federal. Já se inscreveram mais de 182 mil jovens,
aos quais já foram destinadas 165 mil vagas nas 26 Capitais e no Distrito
Federal.
O ProJovem está
implantado em Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Porto Velho, Boa
Vista, e, hoje à noite, teremos a aula inaugural aqui em Porto Alegre, onde já
há em torno de 8 mil jovens inscritos para se utilizarem do Programa, uma
iniciativa da política nacional, em convênio com o Município de Porto Alegre.
Em todas as demais Capitais e no Distrito Federal, as aulas começam no dia 21
de novembro, e, para 2006, está prevista a inclusão de mais de 200 mil jovens e
a ampliação da área de abrangência para Municípios das regiões metropolitanas.
Trata-se de um
conjunto de ações desenvolvidas pela Secretaria Nacional da Juventude -
coordenada pelo nosso visitante, o ilustre Sr. Beto Cury - órgão ligado à
Secretaria-Geral da Presidência da República.
O ProJovem é um dos
programas lançados, criados e constituídos pelo Governo Lula, em parceria com
as Prefeituras Municipais e os Ministérios da Educação, Trabalho e Emprego,
Desenvolvimento Social e também Combate à Fome.
A abordagem do Programa
está inserida no conjunto da Política Nacional de Juventude, sob a coordenação
da Secretaria Nacional da Juventude, que foi criada justamente para articular
as ações do Governo que estão focalizadas no público jovem, visando aprimorar
sua eficácia e desenvolver novos programas, em atuação integrada aos
Ministérios afins.
Cumprimento, neste momento, o Sr.
Mauro Zacher, nosso Secretário Municipal da Juventude, porque comentávamos,
nesta Casa, no início do ano e quando debatemos sobre esse assunto, que, mesmo
sendo da oposição, apoiávamos a criação da Secretaria Municipal da Juventude
não por ser uma iniciativa do Governo Federal criar a Secretaria Nacional da
Juventude, mas porque podemos trabalhar aliados, para que os programas se
constituam numa realidade que atenda os propósitos do resgate da juventude para
a nossa cidadania.
A Sra. Maristela
Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Obrigada, Vereador e companheiro Comassetto, quero, desde já,
cumprimentar o companheiro Beto Cury, Secretário Nacional da Juventude, da
Secretaria-Geral da Presidência da República, bem como o Vereador e Secretário
Mauro Zacher, da Secretaria Municipal da Juventude, e gostaria de estender,
ainda, cumprimentos à Juventude Estadual do PSB, nas pessoas do Dauton Padilha
e do Márcio Vidal dos Santos, que se
fazem presentes aqui.
Quero dizer que
estamos muito felizes, e é uma pena que um Projeto dessa monta não tenha a
mesma visibilidade que dão, às vezes, a outras coisas, que servem apenas para
atrapalhar o processo da democracia e cristalizar as instituições. Esse é um
Projeto que vai trazer aquilo por que o jovem sempre lutou neste País: poder
ser hoje e não apenas esperar por amanhã. E esse jovem vai entrar na cota
daquele percentual que não está na Universidade, mas que vai atingir justamente
a média geral do nosso País e que, a médio prazo, vai trazer muitas
contribuições econômicas, políticas e sociais. Muito obrigada e parabéns!
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Obrigado, Verª Maristela Maffei. Eu queria dizer
que o Governo Federal está investindo 311 milhões de reais no Programa
ProJovem, e parte desses recursos está destinado para Porto Alegre aplicar no
desenvolvimento do Programa. Com esses recursos são produzidos os livros
distribuídos aos alunos e os manuais para os professores; são pagos os salários
dos professores e 100 reais mensais a
cada aluno que cumpra, no mínimo, 75% da freqüência às aulas e das atividades
programadas.
Também estão sendo adquiridos 14 mil 400 computadores para os
laboratórios de informática das Estações de Juventude.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Exmo. Ver.
Comassetto, parabéns pela iniciativa. Queríamos saudar o Beto Cury, da
Secretaria Nacional da Juventude, em meu nome e em nome da Verª Manuela, que é
a grande representante dos jovens nesta Casa. Ela só não se encontra hoje,
aqui, porque está representando a Casa no Encontro dos Jovens e Agenda Social
do Mercosul, que se realiza em Montevidéu.
Não é por acaso que, durante o Governo Lula, surgiu a Secretaria Nacional
da Juventude, o Conselho Nacional da Juventude e uma Política Nacional da
Juventude.
Parabéns por esse Projeto que se dirige a um universo de um milhão e 100
mil jovens que estão nessa situação. E lamentamos que, em Porto Alegre, ainda
não tenhamos o Conselho Municipal da Juventude, que tem sido uma batalha da
Verª Manuela, apesar de já termos a Secretaria. Uma Comissão sequer foi
possível formar aqui para tratar da questão da juventude, porque os Vereadores
da situação não deram quórum para que essa Comissão funcionasse. Mas, com a
presença do Secretário aqui, com o exemplo do que é possível fazer, nós temos
esperança.
Espero que a situação desta Casa, que o nosso Secretário, que aqui está,
que todos repensem e deixem que essa Comissão funcione na Câmara Municipal de
Porto Alegre.
Parabéns, e creio que agora temos, com o Governo Lula, uma avenida para
trabalhar nesse importante segmento da sociedade. Muito obrigado.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Obrigado, Ver. Carrion. É importante dizer que, no que diz respeito a
esse Programa, pelo regime de parceria, as Prefeituras devem fornecer as
instalações para o funcionamento da Estação da Juventude, cada uma formada por
mil e 200 alunos. Os Municípios também devem fornecer o acervo para as
bibliotecas e o pessoal que forma o corpo docente e que cuida da parte
administrativa.
As ações visam atender um público que, na faixa etária da juventude, é
aquela que se encontra em situação de maior vulnerabilidade social; são aqueles
que têm entre 18 e 24 anos, que abandonaram os estudos após completarem a 4.ª
série do Ensino Fundamental e não têm emprego.
Portanto é importante aqui ressaltar a todos os nossos ouvintes, ao
público do DMLU, que também está aqui presente, trabalhadores também: nós temos
que atacar o problema da juventude em formação e dirigi-los, para que possam
ser, inclusive, incluídos na vida, com o trabalho e renda.
Nesse sentido,
Vereadores e Vereadoras, nós, do Partido dos Trabalhadores, que sempre apoiamos
a criação da Secretaria da Juventude, estamos juntos não só para auxiliar na
política nacional, mas também para cobrar, com muita tranqüilidade e clareza, a
boa aplicação desses recursos em Porto Alegre.
A Sra. Clênia
Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Obrigada, Vereador, pelo aparte.
Exmo. Sr. Beto Cury,
Secretário da Juventude da Presidência da República; Sr. Mauro Zacher,
Secretário Municipal da Juventude, eu queria apenas contribuir com a sua
intervenção, dizendo que acho muito importante que o público possa acompanhar
este momento significativo da presença de dois Secretários na nossa Casa,
quando hoje, em Porto Alegre, nós vivemos um momento especial para a juventude,
com a aula inaugural do Projeto ProJovem, que acontecerá às 19 horas, no Vida
Centro Humanístico.
Eu quero parabenizar
os senhores presentes e dizer que é muito importante sua saudação, porque
tornam públicas essas iniciativas de parcerias.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Obrigado, Verª Clênia Maranhão.
O Sr. Claudio
Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Quero agradecer-lhe pela delicadeza do aparte cedido. Gostaria de
dizer que hoje nós estamos muito felizes com a presença do nosso Secretário,
que vem nos trazer a questão da inclusão do jovem.
Talvez a cidade de
Porto Alegre tenha exemplos fundamentais de exclusão do jovem, especialmente
quando essa exclusão começa lá na creche, e o menino de rua vai se tornando o
nosso jovem excluído. Ele será o futuro habitante das FEBEMs e das prisões, só
que essa tragédia pode ser superada pela reinclusão do jovem. Meus parabéns!
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Sebenelo. Para concluir, Sr.
Presidente, queríamos deixar o nosso abraço fraterno ao Secretário Mauro Zacher
e o nosso abraço fraterno e as boas-vindas da cidade de Porto Alegre e da
Câmara de Vereadores ao nosso Secretário Nacional da Juventude, Secretário
Especial da Presidência da República, do Presidente Lula, que coordena o
Projeto da Juventude para o Brasil. E nós estaremos alerta, para que esse seja
um Projeto que cumpra o seu efeito e torne realidade o resgate da juventude
para a nossa vida social. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Nós queremos registrar a
presença do Secretário Municipal da Juventude, Ver. Mauro Zacher, que também
compõe a Mesa.
Também quero
cumprimentar o Sr. Rafael Paganini, Coordenador Político da Secretaria
Municipal da Juventude, e jovens aqui presentes.
O Sr. Beto Cury,
Secretário Nacional da Juventude, da Secretaria-Geral da Presidência da
República, está com a palavra.
O SR. BETO CURY: Boa-tarde a todos. Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães; Ver. Mauro Zacher, Secretário Municipal da
Juventude de Porto Alegre; Ver. Carlos Comassetto, a quem me dirijo,
agradecendo a possibilidade de estar aqui nesta Casa Legislativa hoje, falando
sobre a Política Nacional da Juventude e um pouco sobre o ProJovem; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras; autoridades presentes; membros da imprensa; senhoras
e senhores, para mim é uma honra estar aqui na Casa Legislativa de Porto
Alegre, na Câmara Municipal de Porto Alegre.
Há alguns anos,
também fui Vereador em minha Cidade - Divinópolis, uma cidade de Minas Gerais,
a 100 Km de Belo Horizonte, com 200 mil habitantes - e sei do significado e da
importância da construção da democracia, meta que o Parlamento pode, precisa e
deve cumprir. E não é diferente aqui em Porto Alegre. Portanto, para mim, é um
prazer voltar a uma Casa Legislativa, a um Parlamento Municipal, e ter a
oportunidade de dialogar com Vereadores, Vereadoras e com o povo de Porto
Alegre sobre o significado e a dimensão da Política Nacional de Juventude.
Meus amigos, o Brasil
tem hoje 48 milhões de jovens na faixa de 15 a 29 anos; é um país dentro do
Brasil.
Nós temos mais jovens
no Brasil do que a população do Canadá, por exemplo, e, até então, a juventude
brasileira – e eu quero deixar claro aqui que não foi um problema deste ou
daquele Governo; é uma dívida do Estado brasileiro – vem sendo, de uma forma
equivocada, tratada e compreendida apenas até os 18 anos, jovens adolescentes
que são protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas, após os 18
anos, a juventude era inserida na lógica da política mais geral, sem que
houvesse compreensão de que os jovens têm particularidades, singularidades e
requerem, por parte do Estado brasileiro, uma política específica e direcionada
a eles.
Nós estamos
caminhando para superar, no Brasil, essa idéia de que a juventude é o futuro,
até porque, se nós não fizermos no presente, o futuro, com certeza, não será
muito feliz para essa juventude. Quarenta e oito milhões de pessoas;
aproximadamente 30% da população brasileira está nessa faixa etária. É preciso
compreender que, se nós não tivermos políticas públicas voltadas para esse
universo de pessoas, se nós não tivermos investimentos na Educação, na
preparação para o mundo do trabalho, daqui a alguns anos, esse contingente será
a faixa adulta sem grau de escolaridade, sem nível de educação e sem uma intensificação
na sua formação profissional e na sua preparação para disputar o mercado de
trabalho.
Com base nisso, de
compreender a dimensão republicana, o significado de uma política voltada para
os jovens brasileiros, é que o Governo Federal lançou, dia 1º de fevereiro
passado, a Secretaria Nacional de Juventude, da qual estou tendo a honra de ser
o primeiro Secretário.
O Conselho Nacional
de Juventude é composto por 60 cadeiras, sendo 20 do Poder Público e 40 da
sociedade civil, e lançou um programa especial, emergencial para uma parcela da
juventude, talvez aquela parcela mais vulnerabilizada, aquela parcela na linha
de fronteira entre a possibilidade de integração numa vida plenamente cidadã e
a possibilidade real de ser capturado para a marginalidade: jovens de 18 a 24
anos que concluíram a 4ª série e não concluíram a 8ª do Ensino Fundamental e
que não estejam trabalhando no mercado formal, ou seja, que não tenham carteira
de trabalho assinada.
É um Programa inédito
e inovador. Ele é inédito na sua concepção de gestão, é coordenado por quatro
áreas de Governo: a Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à
Secretaria-Geral da Presidência da República; o Ministério da Educação; o
Ministério do Trabalho e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome; ele é inovador, porque, na sua concepção pedagógica, integra a dimensão
da elevação de escolaridade. Entendo escolaridade numa concepção diferente da
escola regular, exatamente porque esse jovem não se sentirá atraído pela escola
regular, pela escola formal. Ali há uma dimensão de inclusão digital. O jovem
aprenderá línguas e trabalhará com quatro dimensões, que nós chamamos de eixos
formadores: o jovem e a cidadania; o jovem e a cidade; o jovem e o trabalho; o
jovem e a comunicação. Integrado a isso, ele terá uma qualificação
profissional: são 22 arcos profissionalizantes, com quatro ofícios em cada um
dos arcos, e o jovem poderá optar por aquele que mais lhe convier.
O jovem desenvolverá
uma ação comunitária, apostando na lógica e na idéia do protagonismo juvenil -
essa ação comunitária também integrada nessa dimensão da escolaridade e da
qualificação profissional -, e receberá, durante doze meses, um auxílio
financeiro de 100 reais por mês, e, ao final dos 12 meses - são 1.600 horas,
sendo 1.200 horas presencias -, esse jovem ou essa jovem terá o certificado de
conclusão do Ensino Fundamental, o diploma do Ensino Fundamental e o
certificado de qualificação profissional que lhe permitirá voltar a estudar,
continuar o Ensino Médio, entrar em outro programa do Governo, por exemplo, o
jovem que sair do Programa ProJovem sai com um nível de escolaridade, com um
grau de qualificação profissional, o que lhe possibilitará fazer parte de um
público mais atrativo no Programa Primeiro Emprego, e esse jovem poderá
disputar em melhores condições o mercado de trabalho.
Enfim, o objetivo
desse Programa é dar uma chance a uma das parcelas mais vulneráveis da
juventude brasileira.
É um programa do
Governo Federal em parceria com as Prefeituras, e hoje temos a honra de estar
aqui em Porto Alegre para a aula inaugural. Estaremos junto com o Prefeito
Fogaça, com o Secretário Mauro Zacher, logo mais, no Vida Centro Humanístico,
fazendo a aula inaugural da primeira turma. Queremos aproveitar, também, para
convidar os Vereadores, os cidadãos e as cidadãs que nos assistem a estarem
conosco logo mais, às 19 horas.
Eu diria, finalmente,
que o significado de uma política para a juventude, no Brasil, é estratégico do
ponto de vista da concepção de um país mais justo, mais inclusivo, que todos
nós temos.
Não dá para imaginar
que um país que se propõe a ser plenamente democrático e inclusivo do ponto de
vista social, até hoje, não tenha tratado a sua juventude com a importância e
com o significado que ela merece ter. O Brasil está atrasado nessa discussão.
Outros países do mundo, como os da Europa, tratam a temática juvenil como
prioridade na esfera das políticas públicas desde a década de 80. Mesmo na
América Latina, o México e o Chile já tratam a temática juvenil como prioridade
na esfera das políticas públicas desde a década de 90.
Nós começamos agora,
mas começamos de uma forma muito intensa, muito forte, com a participação da
sociedade civil, com a participação dos Parlamentos. É fundamental que os
governos, seja na esfera federal, seja na esfera estaduais, seja na esfera
municipal, incorporem, em suas agendas de prioridades, a temática juvenil com o
significado e com a importância que ela precisa ter.
Esse é um desafio que
está colocado para nós, e eu tenho a convicção de que é possível nós, que
estamos à frente do Poder Público – os gestores públicos, os Parlamentares, na
esfera municipal, estadual ou federal -, a sociedade civil se mobilizando,
recuperarmos a dívida do Estado brasileiro com a juventude, implementando a Política
Nacional de Juventude, que é o desafio que está colocado para todos nós. Muito
obrigado, Sr. Presidente. Eu agradeço a atenção de vocês. ( Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
Nós estamos encerrando o presente espaço do Grande
Expediente, proposto pelo Ver. Carlos Comassetto, em que tivemos a oportunidade
de ouvir o Secretário Nacional da Juventude, da Secretaria-Geral da Presidência
da República, Sr. Beto Cury, que hoje profere a aula inaugural no Vida Centro
Humanístico, com o Secretário Mauro Zacher e com o Prefeito José Fogaça.
Portanto, queremos saudar o Beto Cury, que é o
Secretário Nacional da Juventude; queremos, também, saudar o nosso Secretário
da Juventude, Ver. Mauro Zacher, e dizer da importância - já destacada aqui
pelo Secretário-Geral da Juventude - de se direcionarem políticas a essa faixa
etária, a faixa etária do jovem, que as estatísticas e os dados demonstram que
é exatamente aquela faixa mais vulnerável do ser humano, por todos os fatores,
até pelos fatores de ordem de explosão orgânica.
Aqui está o Secretário João Bosco Vaz, que é da
Secretaria Municipal dos Esportes, Recreação e Lazer, que tem tudo a ver com os
jovens, com a juventude.
Nós precisamos adotar políticas nos mais diferentes
campos, com investimentos exatamente direcionados a essa área vulnerável da
nossa população, que são os jovens.
Portanto, Secretário
Beto e Secretário Zacher, recebam as nossas saudações, as nossas homenagens já
manifestadas pelo Vereador proponente, Ver. Carlos Comassetto.
A Casa está convidada
a esse debate, a essa palestra que haverá hoje, essa aula inaugural no Vida
Centro Humanístico.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h41min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h43min): Estão reabertos os trabalhos.
Queremos saudar a
Verª Neuza Canabarro, que fez aniversário no dia 30 de outubro, bem como o Ver.
Nereu D’Avila, que fez aniversário no dia 28 de outubro. Desejamos ao Ver.
Nereu e à Verª Neuza muitas felicidades, muitos anos de vida. É esse o desejo
da Câmara e desta Presidência.
O Ver. Ibsen Pinheiro
está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu me considero uma testemunha privilegiada dos
trabalhos desta Casa. Estive aqui por dois anos, há quase 30 anos; vivi nesta
Cidade todo esse período, voltei e tenho meios de fazer uma comparação. Tenho
certeza de que qualquer balanço que se faça do trabalho desta Casa terá de
apontar um resultado altamente positivo. Estou falando a propósito de um
noticiário recente que tem um efeito negativo sobre esta Casa, como se a
aprovação de Projetos de importância menor desmerecesse o trabalho de uma casa
legislativa.
A nossa Pauta se
compõe de todos os temas, do Plano Diretor à Saúde unificada, ao Código de
Posturas, à qualidade da vida da nossa Capital. Inclui a convivência com a
comunidade, como há pouco tivemos, e também a nomenclatura das ruas da Cidade.
Não há nada de pejorativo nisso. A quem vamos atribuir dar os nomes às ruas? Ao
Rotary? À Cruz Vermelha? Ao Touring
Club? Só pode ser ao povo da Cidade, por intermédio dos seus Vereadores!
Compreendo que uma
pauta jornalística se sinta espicaçada pela idéia de apontar a desproporção
entre Projetos de fôlego e Projetos de importância secundária, vá lá!
Compreendo que, na cobertura de imprensa, esse tipo de comparação seja,
jornalisticamente, atrativa, e produza, no entanto, um efeito negativo sobre a
imagem do Poder Legislativo. Não se trata do Poder Legislativo Municipal;
trata-se do Poder Legislativo em todos os níveis, em nosso País e, até mesmo,
no mundo. Veja-se, por exemplo, só para exemplificar, Sr. Presidente, a atual
crise que envolve corrupção não sai das fronteiras do Legislativo, e,
sabidamente, não há corrupção sem corruptor, no setor privado ou não, e no
Poder Executivo. Mas as crises se circunscrevem ao Poder Legislativo. Esta Casa
sofre também dessa espécie de tratamento hostil, o que não impede que,
eventualmente, aqui, a crítica tenha laivos de procedência.
Quero fazer discurso
desta tribuna, porque aqui se fazem, muitas vezes, ataques à nossa própria
atividade, nascidos, muitas vezes, de um canibalismo que revela mais falta de
talento do que falta de caráter, embora envolvam os dois. Há quem se dedique a
fazer política batendo à sua volta para fazer sangue, num processo
canibalístico que não envolve a crítica política, mas sempre o ataque pessoal.
E isso também alimenta o desgaste do Poder Legislativo.
Com freqüência, eu
ouço dizer que o corporativismo protege as casas legislativas, mas, se há Casa
em que corporativismo não consegue se manter, essa é a casa legislativa, onde
todos são competidores, por excelência, ainda que nos mesmos Partidos.
Por isso, Sr.
Presidente, a minha palavra é em defesa desta Casa, compreendendo o papel dos
críticos, mas querendo que eles saibam também o outro lado da questão, para que
possam saber que aceitamos a crítica, porque é do feitio da vida pública, mas
nós temos também o direito de trazer à reflexão dos críticos outros fatores que
compõem o conjunto do nosso trabalho
O Sr. Claudio
Sebenelo: V. Exª permite um aparte?
O SR. IBSEN PINHEIRO:
Ouço V. Exª com muito prazer, Ver. Claudio
Sebenelo.
O Sr. Claudio
Sebenelo: Quero cumprimentá-lo pela iniciativa, especialmente
na defesa da Casa, mas, mais do que isso, pelas questões geradas pelos nomes de
ruas. Vou citar um exemplo: há seis ruas de nome Alfa em Porto Alegre. As questões
de correio, de cartório, de endereço e, mais do que de endereço, de identidade
das pessoas pelas suas moradias, ficam extremamente prejudicadas. Em segundo
lugar, a própria imprensa, que desdenha da colocação do nome de ruas, faz
programas jornalísticos da melhor qualidade, inclusive sobre a história da
Cidade, sobre a história das suas ruas, com o nome das ruas. Ora, rua sem nome
é ausência de história.
O SR. IBSEN PINHEIRO:
Agradeço ao Ver. Claudio Sebenelo pelo aparte que
enriquece este pronunciamento.
Podemos contemplar,
também, o nosso próprio trabalho com autocrítica; nada nos impede; aliás, tudo
recomenda que façamos isso. Todos nós temos uma inquietação de obter um pouco
mais de agilidade na parte deliberativa da nossa Casa. O Ver. Haroldo de Souza
tem-se notabilizado pelos freqüentes pedidos de inversão na ordem dos
trabalhos, para que privilegiemos a Ordem do Dia em relação à Pauta e,
eventualmente, em relação, até mesmo, às Comunicações; é um sinal da
inquietação que nós temos antes de todos.
Acompanhei, Sr.
Presidente, a defesa que V. Exª fez da Casa, quando colocou muito bem: há
limitações de competência, sim. E a Comissão de Justiça, no rigor que lhe é
imposta, tem determinado, em muitos casos, o arquivamento de Projetos do melhor
conteúdo, mas que conflitam com o nosso sistema constitucional e também com a
Lei Orgânica, na medida em que esses institutos limitam a iniciativa
parlamentar em muitas matérias. Iniciativa não nos falta; falta-nos competência
para legislar sobre muita matéria de interesse geral, mas adstrita à iniciativa
do Poder Executivo.
O Sr. Bernardino
Vendruscolo: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Ibsen Pinheiro. Suspeito que a
iniciativa de V. Exª em fazer defesa a esta Casa prende-se também a uma atitude
de um companheiro Vereador desta Casa de se aproveitar de um momento oportuno
na imprensa e ter feito críticas aos Vereadores. Penso que V. Exª tenha sido
levado a isso também, porque, hoje, pela manhã, tomamos conhecimento de que um
colega teceu comentários, denegrindo a imagem desta Casa.
Agora, veja bem:
neste momento, esse Vereador não está aqui, mas não é justo, por exemplo,
fazermos uma crítica a ele, que pode estar trabalhando, sim, pela sociedade. Só
faço esse registro.
O SR. IBSEN PINHEIRO:
Muito obrigado, Ver. Bernardino. Eu sempre
rejeitei, como método de ação política, isso que defini como “canibalismo”.
Nós, aqui, temos todo o direito de expor os nossos Pares pelas suas posições
políticas, mas fazermos a exposição por razões pessoais, por questionamento de
caráter autorizado, meramente por boato ou suposição, isso, além de não ser uma
boa conduta, também não é proveitoso politicamente. Nunca vi carreira política
que se construísse à base do “canibalismo”. Mas, enfim, cada um escolhe o seu
caminho.
Sr. Presidente, já
que nos falta um mês e meio até o final do ano para o encerramento das
atividades ordinárias, eu gostaria de poder contar com V. Exª e com o Plenário
para que possamos contemplar uma boa quantidade dos Projetos que já estão na
Ordem do Dia. Eu pego, por exemplo, a Pauta de hoje - e poderia fazer isso
todos os dias - e vejo 34 itens de matérias prontas para discussão e votação.
Os Projetos trazem
matérias de relevância, por exemplo: o Projeto do Ver. Sebastião Melo trata das
restrições ao uso de amianto nos equipamentos da construção civil; o Projeto do
Ver. Nedel, limita o uso de produtos fumígenos, como diz o Projeto, em recintos
fechados em nossa Cidade; o Projeto do Ver. Comassetto é sobre o patrimônio
cultural em áreas remanescentes dos quilombos. Estou exemplificando sem método,
mas apenas para indicar a variedade dos temas e das autorias.
O Projeto do Ver.
Nereu é sobre o cercamento de logradouros públicos em condições de entrega ao
patrimônio da Cidade; um outro do Ver. Nereu é sobre estacionamento dos shoppings;
um Projeto da Verª Margarete é sobre o aproveitamento dos tapumes para
apresentação do projeto arquitetônico da obra ou suportes para expressão
artística. Matéria não falta; iniciativa não falta, temos quantidade e
qualidade.
E fica, Sr.
Presidente, um apelo pessoal; não tenho crédito para isso, mas tenho pretensão:
quem sabe vamos passar a Tribuna Popular e os comparecimentos para depois das
17 horas? Quem sabe vamos fazer isso
por acordo político e votar, votar, votar, inclusive para rejeitar? Não estou
pregando a aprovação de nenhum desses Projetos, mas uma discussão escancarada e
candente sobre temas relevantes e, no fim, cada um de nós digita uma das três
teclas - sim, abstenção ou não - e obtemos o resultado.
Essa é a manifestação que queria fazer como um dever de quem testemunha
100% da assiduidade a esta Casa, Sr. Presidente. Nas vezes em que faltou
quórum, ocorreu por decisão política dos que o negaram, o
que é um direito assegurado a quem queira praticá-lo. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Nós queremos cumprimentar o Ver.
Ibsen Pinheiro pela excelência dos ajuizamentos feitos à análise de matéria tão
importante que diz respeito à Casa. A Casa deve ter em tramitação mais de 200
Projetos.
Nós queremos fazer o
registro do aniversário do Ver. Claudio Sebenelo e do Ver. Aldacir Oliboni,
ocorridos no dia 30 de outubro. Portanto, em nome da Mesa, quero saudar os
aniversariantes, desejando muitas felicidades e muito êxito em suas atividades
parlamentares.
Encerrado o Grande
Expediente.
Passamos às
O Ver. Luiz Braz está
com a palavra em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu consegui
ouvir a parte final do programa do Lauro Quadros, na Rádio Gaúcha, hoje pela
manhã, praticamente quando estavam dando o resultado de um programa que havia
tratado do valor da Câmara nos dias atuais, daquilo que os Vereadores estão
fazendo ou deixando de fazer.
Em primeiro lugar, quero
registrar que, para mim, saltou aos olhos, Ver. Dib, que um programa acostumado
a receber mil e poucas ligações, ou quatro mil ligações, quando o tema é muito
polêmico, acabou registrando cerca de 163 ligações, entre os que se
interessavam em analisar a participação dos Vereadores aqui na nossa Câmara
Municipal. Parece que foi isso. Entre esses, a grande maioria disse que, se os
Vereadores da Casa votam, na maioria, projetos dando título de cidadania ou
nome de rua, é porque falta iniciativa aos Srs. Vereadores. Acho que essa é uma
visão equivocada que alguns Vereadores preferem passar para a sociedade.
Sempre analisei esta
Câmara como uma Casa muito bem formada e tenho repetido isso várias vezes. Acho
que os Vereadores trabalham bem. Mas temos falhas no nosso Regimento, falhas
que o Ver. Ibsen Pinheiro já apontou aqui e que devem ser corrigidas, no
sentido de que algumas obstruções feitas, principalmente, pela Bancada do PT,
deixem de existir. Quais são essas obstruções? Quando queremos votar algum
projeto de importância, nesta Casa, Ver. Elói Guimarães - V. Exª, que
participou do debate hoje pela manhã, sabe -, chega um Requerimento à Mesa,
solicitando adiamento por cinco Sessões. Depois de votado aquele Requerimento,
vem outro adiando para quatro Sessões; depois, para três Sessões; para duas Sessões; para uma Sessão, e, se porventura,
alguém quiser votar alguma coisa, terá de concordar com algum projeto de menos
importância. E aí vêm aqueles projetos de nomes de rua e outros projetos de
título de cidadania. Isso tem acontecido muito aqui na Casa. Mas não é falta de
trabalho dos Vereadores; eu noto que os Vereadores trabalham bastante dentro
das suas áreas de atuação.
Eu não criticaria nenhum Vereador aqui da Casa por falta de trabalho. Os
debates que fazemos normalmente estão vinculados a problemas de ideologia, de
visão do Vereador, ao modo de atuação do Vereador; mas nunca à falta de
trabalho. Os Vereadores têm mostrado competência, têm atuado, e eu não posso
fazer nenhuma crítica em relação a isso.
Inclusive o que eu estou falando em relação à Bancada petista, na sua
maioria, é justamente sobre uma coisa que o Regimento atual permite que seja
feito, e a Bancada do PT tem utilizado até em demasia, mas está aproveitando um
furo que nós temos no nosso Regimento. Ver. Ibsen Pinheiro, espero que V. Exª
tenha êxito em fazer caminhar aquelas reformas ao Regimento de uma maneira mais
rápida, para que nós possamos, quem sabe, ainda este ano, evitar que esses
adiamentos sejam feitos com tamanha facilidade, o que vai nos permitir votar
projetos mais importantes, sem que precisemos enfrentar esse problema de
obstrução.
Lembro-me que, este ano, nós conseguimos votar um Projeto de minha
autoria, que tratou das frentes voluntárias de trabalho. Eu acho que foi um
Projeto importante, que se transformou em Lei.
E houve um outro Projeto vinculando também à área de construções e vendas
de construções, uma modificação que nós fizemos no Direito Real de Uso. Eu acho
também que foi uma Lei extremamente importante, aprovada aqui na Casa depois de
um grande debate contra um outro Projeto, que obedecia a uma outra ideologia,
mas que foi derrotado naquele momento.
Então, a forma como essa discussão foi conduzida hoje de manhã – e eu
pude ver isso pelo resultado - foi fruto da falta de informação de algum
Vereador, porque, às vezes, quando algum Vereador quer se promover, acaba
fazendo com que toda a Câmara seja criticada de uma forma injusta.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em Comunicações.
O SR. MAURÍCIO
DZIEDRICKI: Excelentíssimo Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães;
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste aqui nas
galerias e pela TVCâmara, Canal 16, ouvi com satisfação o pronunciamento do
Ver. Ibsen Pinheiro, pela propriedade, pela sabedoria, pela serenidade com que
trouxe à tona essa questão da posição desse outro poder, que é a mídia. E esse
poder seduz, muitas vezes, aqueles de menor espírito, que levam à manifestação
algumas coisas que estão extremamente equivocadas, como o fato de estarmos aqui
trabalhando e produzindo muito, sim.
Tratamos, também, de
nomeação de ruas, de premiações, titulações, mas tratamos, acima de tudo, da
vida de Porto Alegre. E eu tenho convicção, e meus companheiros de Bancada
também, de que nós estamos fazendo muito, e esse muito depende também do apoio
da própria comunidade e da fiscalização, desde que positiva, desde que
construtiva não apenas desmerecendo esse grande Poder, que é o Poder
Legislativo Municipal.
O que me traz aqui a
esta tribuna é uma preocupação que ilustra as páginas policiais. Vejam vocês,
senhoras e senhores, que a página policial do jornal Zero Hora, de domingo, dia
30 de outubro de 2005, traz a preocupação e a rotina de trabalho perigosa dos
profissionais da área da Educação e da área da Saúde.
Nesse final de
semana, sábado, eu estive na comunidade da Restinga acompanhando uma série de
reuniões das associações comunitárias daquela região, e eles registraram, por
intermédio do médico, Dr. Tiago, que atende a Zona Sul, as suas preocupações
com o atendimento em certas regiões daquela zona, na Restinga. E o que ilustra
o Caderno do jornal Zero Hora, de domingo, é exatamente isto: no se que trata
da Saúde, os ladrões venceram; o Posto foi fechado.
O PFS - o Posto de
Saúde Familiar - da Vila Castelo foi fechado porque sofreu – pasmem, senhores -
24 assaltos! Ou seja, 24 furtos, colocando os médicos, os dentistas que lá
atendem numa manifestação quase que à flor da pele, fazendo com que eles não
tenham mais coragem de ir trabalhar! E o Dr. Tiago pensa, inclusive, em
desistir da profissão no Município.
Vejam vocês! Um
trabalho que atende a comunidade! Quais são os interessados em fechar essas
portas, senão aqueles traficantes que dominam aquela zona? Os bandidos vêem a
possibilidade de roubar, de furtar as seringas para delas se utilizarem nas
suas investidas pelas drogas, prejudicando, imediatamente, diretamente, mais de
cinco mil pessoas! Deixa-se de atender 40 consultas diárias no dentista,
deixa-se de atender crianças que estão precisando de atendimento médico,
deixa-se de atender aquelas mães que precisam de acompanhamento na sua
gestação!
E essa preocupação eu
quero trazer para esta Câmara, porque aqui já foi aventada a possibilidade de
se montar uma comissão especial para tratar da segurança. Eu acho que tratar da
segurança deve ser uma medida imediata neste Parlamento, acompanhando
principalmente esses profissionais em zona de risco, professores que têm medo de
ir à sala de aula, médicos que já não têm mais segurança nos postos de saúde.
Será que seremos os
próximos a evitar o uso do transporte coletivo, a evitar andar nas ruas, no
Centro? É preciso uma investida severa!
Graças à articulação
de novas formas de fazer política de segurança, existem, hoje, mais de 300
brigadianos nos assistindo numa força-tarefa, e eu pergunto: será a hora de
criarmos uma força-tarefa na Guarda Municipal, para que, pelo menos, esses
profissionais da Educação e da Saúde possam ter a segurança de estarem lá
cumprindo o seu papel na comunidade, atendendo, educando e construindo esta
Cidade?
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Neuza Canabarro está com a
palavra em Comunicações.
A SRA. NEUZA CANABARRO:
Exmo Sr. Presidente, Ver. Elói
Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que
nos acompanham na tarde de hoje, quero aproveitar esta oportunidade para
relatar a minha participação no IX Congresso de Supervisores de Educação, ocorrido
em Maceió, de 19 a 21 de outubro.
Nesse encontro, a
minha fala foi sobre ética e moral, no último dia, no encerramento. Eu
participei desde a sua abertura, atentamente, para poder até auscultar a
situação dos especialistas em Educação no Brasil.
Nós viemos profundamente
surpreendidos, porque a visão da educação, a forma como está sendo posta a
educação nas escolas mudou completamente. Nós passamos por um período de 10 a
15 anos, quando tínhamos devaneios com as utopias, com as teorias, com o que poderia
ser.
E, nesse Congresso, pela primeira
vez, Verª Margarete, vi o Dr. Marcos Masetto, Professor da PUC de São Paulo,
que fez a abertura do Curso de Pedagogia, o Especialista e as Perspectivas para
o Pedagogo.
E, nesse Curso, ele trouxe o quê?
Trouxe afirmações muito profundas. Em primeiro lugar, um novo paradigma, um
paradigma real: chega de sonhos impraticáveis. Ele citou o nosso eminente
educador Paulo Freire, que tem uma bela utopia, que muito contribuiu para o
trabalho de muitos educadores, que balizou as teses e os cursos de Pedagogia em
todo o Brasil nos últimos 30 anos e, no momento em que teve oportunidade, na
Administração da Luiza Erundina, em São Paulo, em 1989, não conseguiu realizar
nada daquilo que pregou. E aqui se deve esclarecer que não sou eu que estou
dizendo; nós estamos comentando a fala do Paulo Freire, em fevereiro de 2000,
quando saiu da Secretaria de Educação do Município e disse, textualmente, em
entrevista à Folha de São Paulo: “Foi a maior decepção da minha vida”. Eu
lamento até, porque, a essas alturas, quando ele já estava velhinho, esta era a
grande decepção da vida dele: não ter conseguido realizar absolutamente nada
daquilo que ele havia pregado durante a vida inteira.
Então, existe uma
grande diferença entre a teoria e a prática. O Professor Marcos Masetto, da PUC de São Paulo, foi muito claro: nós
não podemos criar universitários que só têm sonhos e que não têm nenhum contato
com a realidade; eles têm de trabalhar com a prática desde o primeiro dia do
curso universitário; ir à empresa, ir ao local onde será o seu futuro
laboratório. Nós precisamos aceitar esse desafio de preparar essas futuras
gerações, para que possam produzir em benefício do nosso País.
Então, o que eu diria? Nós poderíamos até pensar assim: essa novela nós
já vimos, mas vale a pena ver de novo, porque, na realidade, o Supervisor,
depois de todos esses dias, nós o consideramos “com água no pescoço”,
completamente sendo apagado. Em alguns Estados, ele não mais existe, e aqui no
Rio Grande do Sul, o único concurso para especialista feito foi no Governo
Collares, e os outros Governos prometeram e não cumpriram. Nunca mais foi
realizado nenhum concurso, e não existe mais o Supervisor na escola, ou seja,
ele não está sendo valorizado. Então, não pode “estar com água no pescoço” e
pretendendo atualização, uma pedagogia ambiental, uma educação holística. Nós
precisamos é abrir uma discussão em relação à sua necessidade, se é importante
ou não o especialista na Educação. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações, por cedência
de tempo do Ver. Sebastião Melo.
Eu queria dar um
“toquezinho” aos meus coleguinhas de imprensa, porque também sou da imprensa:
Projeto que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para
o exercício econômico-financeiro do ano que vem; Projeto que determina a
construção de banheiros públicos destinados ao uso infantil nos centros
comerciais; Projeto que disciplina o uso do
mobiliário urbano e veículos publicitários do Município; Projeto que
disciplina a expedição ou a renovação de alvarás provisórios para
estabelecimentos localizados em áreas pendentes de regularização fundiária; Projeto que reabre prazo para a
regularização de construções no Município de Porto Alegre – e tem mais uma série
de Projetos que não são nomes de rua coisa nenhuma: sobre a proibição de uso de
materiais, elementos construtivos e equipamentos
da construção civil, constituídos de amianto; o Projeto que fala do Código de
Edificações de Porto Alegre; o Projeto que fala de alterações mediante
acréscimo ao conjunto de bens imóveis de valor significativo que integram o
patrimônio cultural e áreas remanescentes. Eu ficaria a tarde toda aqui para
falar de Projetos que são de inteiro interesse para sociedade de Porto Alegre.
Gostaria de perguntar aos colegas da imprensa se esses Projetos não é para nós.
Mas o Ver. Ibsen
Pinheiro aqui esteve, instantes atrás, e falou de alguns coleguinhas do
Plenário que vão às emissoras de rádio ou telefonam para as redações de jornais
e falam que aqui não se trabalha - e eu digo abertamente: o Ver. Adeli Sell. Eu
não concordo com o Ibsen, porque ele botou uma dúvida, se isso é falta de
caráter ou se é falta de talento. Eu acho que são os dois, porque aquele
negócio de a gente trabalhar aqui, a gente trabalha, sim. Há o problema dos
Projetos que apresentamos, que, às vezes, têm que ir para o arquivo, porque o
próprio Regimento ou a Constituição não permite que o Projeto ande. Então,
amigos, não é só negócio de ruas e de homenagens que fazemos aqui, não.
Absolutamente, não é!
Eu queria destacar,
rapidamente, o seguinte: a EPTC está multando na moita; ela se esconde atrás da
moita para punir. Eu gostaria da câmera pertinho para mostrar esta foto.
(Mostra a foto.) Ali, atrás daquela árvore, atrás daquele matinho, tem isso
aqui. (Mostra outra foto.) E, depois disso, tem isso aqui (Mostra outra foto.):
um carro passando, certamente com a velocidade mínima de 60 km/h, porque a
pista está livre, e é uma avenida. Foi pego pelo pessoal da EPTC atrás da moita.
E o pessoal da EPTC, atrás da moita, está de frente para isso (Mostra outra
foto.): uma carroça estacionada e sem carroceiro. (Risos.) E vocês querem dizer
para mim que a EPTC não é uma indústria da multa? Mas se falava aqui - e eu
falei no primeiro ano da minha Legislatura - que o PT era uma fábrica de
multas, e eu sou obrigado a falar agora que continua existindo a fábrica de
multas.
Eu queria dizer que o
Partido dos Trabalhadores também pode estar tomando os golpes finais, podendo
ir a nocaute. Os dólares que vieram de Cuba, se isso é realmente verdade, é
caso de cassação de registro de Partido. Vocês imaginem só! Aquele Partido que
chegou ao poder com 53 milhões de votos, que cometeu a maior fraude eleitoral
da história política brasileira, pode ser cassado. Eu não sei se essa punição é
maior ou menor do que, no ano que vem, nas eleições de 2006, nenhum integrante
do PT poder concorrer às eleições. Claro, porque, se o Partido dos
Trabalhadores tiver o seu registro cassado, os integrantes do que seria o ex-PT
vão concorrer por qual Partido, já que o prazo de filiação terminou? Para quem
vai contra o povo, quem castiga o povo, às vezes, as punições são muito
rigorosas. Aguardemos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente; Srs. Vereadores, o Vereador que me
antecedeu, Haroldo de Souza, falou do problema do trânsito. Eu também acho que
está um desgoverno, uma ausência do Governo na situação de circulação e
transporte desta Cidade; inúmeros problemas, engarrafamentos, pouquíssima
agilidade para resolver os problemas e ausência dos “azuizinhos” nas ruas.
Numa cidade com muito
fluxo de carro, precisa haver uma ação mais rápida onde é problemático e,
apesar de muitos investimentos feitos nos últimos anos, há uma dificuldade de
fluxo em vários lugares. Por exemplo, na semana passada, havia um recapeamento
sendo feito durante o dia na Av. Osvaldo Aranha, o que é um absurdo, um
completo desgoverno e uma falta de planejamento. Sabendo que a Av. Osvaldo
Aranha e a Av. Protásio Alves estão sempre com problema de tráfego, fazer um
recapeamento! Imaginem, isso significa um desrespeito à população. Deve ser
feito à noite esse tipo de serviço. É impossível que se governe esta Cidade sem
se pensar em planejar melhor o que está na nossa governabilidade.
Mas eu queria falar
também de um outro tema que tem me deixado muito preocupada nos últimos dias. E
não é uma oposição político-partidária; não é por que o Prefeito Fogaça falou
muito nos meninos de rua na campanha; é porque, de fato, nós sempre tivemos
compromisso, sempre brigamos, procuramos otimizar a nossa forma de organizar,
numa ação integrada, para atuar nessa situação de rua, que não é uma situação
simples, não é o caso de retirar pura e simplesmente as crianças da rua, mas de
ter programas para as famílias, de ter ação integrada dos abrigos, com a
abordagem, com a Escola Porto Alegre, com a Educação Social de Rua. E nós temos
a equipe de Educação Social de Rua, que está desmontada, que hoje tem dois
técnicos, sendo uma grávida, e, quando ela sair, teremos uma só pessoa atuando
na rua.
A equipe de Educação
Social de Rua, que é o órgão que deveria fazer a abordagem das crianças, que
deveria estar acionando os diferentes mecanismos, está representado pela sua
Coordenadora, que dá o seguinte depoimento: “Não tem o que fazer com as
crianças; de que adianta abordar, se não tem o que propor para as crianças? Não
há vaga nenhuma em abrigo, não há atendimento de saúde adequado, não há local
para fazer desintoxicação.”
Portanto não temos
políticas para a situação de rua na Cidade. Um desmonte do que estava
construído é o que temos. Isso é muito sério.
Hoje, no final da
manhã, a Bancada do PT esteve na casa de passagem onde estão as famílias da
Vila dos Papeleiros, que tiveram suas casas queimadas. A situação lá é caótica.
Estava saindo uma equipe do DEMHAB no momento em que chegamos, mas é só andar
cinco minutos lá dentro, para ver que nós estamos realmente diante de uma
situação de abandono da infância e das famílias. Ali há uma situação grave de
esgoto sanitário, que tem que ter uma ação do DEP; o esgoto está subindo no
meio da passagem das famílias. Ali há uma grande concentração de crianças, e,
dos dois lados das fileiras de casas, o esgoto corre solto, as crianças brincam
em cima, e as mães não têm como contornar. Na meia hora que estive lá, conheci
dois meninos que sobrevivem da rua, cheirando loló; um não tem pai nem mãe. E a
assistente social, que é o equipamento da FASC, quando eu ligo para a Educação
Social de Rua, ela diz: “Olha, quem deveria estar tratando disso é a FASC; eu
até vou ver a equipe de assistência social da FASC, porque eu abordo a rua; eu
não tenho o que fazer”.
Ligo para o Abrigo
Casa Amarela, que é um abrigo muito legal, que não tem convênio com a
Prefeitura, que tem muitas dificuldades de se sustentar pelo apoio de
parceiros; ele tem 12 meninos, não tem como acolher mais meninos.
Quer dizer, a
situação é gravíssima nesta Cidade, é gravíssima a situação de rua, situação de
pobreza e miséria, e a ação está completamente desarticulada. É um ano já de
Governo. Bem, poderia se considerar o primeiro mês, mas já é um ano de Governo.
Nós tivemos trocas na
FASC; nós temos um problema sério, e a Escola Porto Alegre está praticamente
ficando sozinha para atuar na rua. O Abrigo Noturno segue, mas, como a própria
Educadora Social de Rua que esteve aqui disse, os equipamentos da tarde
terminam às 17h30mim, e o Abrigo Noturno abre às 19h, e, nesse período, nesse
intervalo, as crianças ficam fazendo o quê? Andando pela Rodoviária, cheirando
loló, e não entram no Abrigo Noturno. O Abrigo Noturno retomou o “gancho”:
menino que não se comportou não pode dormir lá. Como é um menino de rua, se ele
não se comportar bem, no outro dia, não pode dormir no Abrigo Noturno; daí,
fica na rua.
Eu poderia citar aqui
“n” problemas que demonstram um desgoverno, uma incapacidade deste Governo de
articular ações. Isso é muito sério.
Eu quero dizer que,
quando nós tínhamos praticamente um ou dois Partidos - PCdoB e PSB -, já era
difícil trabalhar de forma articulada, era um grande esforço; eu imagino que
deve ser uma grande dificuldade quando cada Secretaria é de um Partido.
Agora, este Governo
veio para governar, manter o que era bom e melhorar o que estava em
dificuldade. E o que a gente está enxergando em um ano, Ver. Nedel, é que
piorou na Saúde, piorou na Assistência, piorou nos Transportes e em muitos
programas da Habitação, como o PIEC - Programa Integrado Entrada da Cidade -,
que mantinha 80 trabalhadores lá, construindo casas, e, praticamente, as obras
pararam. Então, nós estamos em descontinuidade em várias obras que já estavam
em andamento.
É muito grave o que a
cidade de Porto Alegre está vivendo. Nós, como Câmara de Vereadores, temos de
ajudar a Cidade a acordar e este Governo a se organizar.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Valdir Caetano está com a
palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
Encerrado o período
de Comunicações.
O SR. RAUL CARRION: Vereador Elói Guimarães, eu queria dizer que, nesta Casa, nós temos uma
tratativa entre as Lideranças. Elas se reuniram hoje pela manhã - o Ver.
Haroldo não compareceu, poderia ter comparecido, não são só os Líderes -, e
ficou estabelecida uma ordem para os trabalhos, inclusive os Projetos que serão
votados hoje; houve um acerto consensual – a sua Bancada certamente esteve
representada. E aqui não é a casa do “eu-sozinho” ou do
“soldadinho-do-passo-certo”: os outros todos estão errados, e um que trabalha
aqui sabe o que faz.
Todos nós
trabalhamos, e os demais, individualmente, devem respeitar as decisões da
maioria.
Passamos à
DISCUSSÃO PRELIMINAR
(06 oradores/10 minutos/com aparte)
4ª SESSÃO
PROC. N. 6101/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N. 026/05, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município
de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2006. Com Emendas nos. 01, 02 e 03.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está
com a palavra para discutir a Pauta Especial.
No entanto, surgem
algumas dúvidas e dificuldades que eu gostaria de discutir aqui com os nobres
Vereadores, com os nobres Pares, como por exemplo: será o suficiente, Verª
Margarete, o que está gravado para o PIEC, para dar conta de atender ao
programa projetado para o Entrada da Cidade, visto que esse Programa se
constitui numa grande parceria pública entre BID, Fonplata, Ministério
das Cidades - que está aportando uma parte significativa dos recursos a fundo
perdido -, e mais a Prefeitura?
O que nos preocupa é
que tem sido dito aos moradores da comunidade do Entrada da Cidade - que já têm
o registro sagrado e consagrado: o cadastro e ordem para o reassentamento - que
a baixa do dólar causa um problema de câmbio, que a Prefeitura teria de emendar
mais recursos, que isso está trazendo uma defasagem, e que, portanto, parte das
obras projetadas, parte das edificações está sendo subtraída. Pelo menos é o
que foi dito pelo Governo lá na comunidade; por exemplo: retirada do reboco das
casas, subtração do piso, subtração das paredes. Então, que tipo de habitação
vão receber essas pessoas? Esse é um problema.
O problema maior sabem
qual é? Quando se trata com instituições internacionais, instituições
importantes como o BID, o Bird, o Fonplata e demais outras instituições, o
risco que se corre, ao alterar programa, é de perder o recurso. Então, isso nos
preocupa, porque há algo no ar, e não sabemos se esses recursos que estão
gravados aqui serão suficientes para dar conta daquilo que está projetado.
É isso que importa, e
o Governo deve prover os meios, até porque há uma dificuldade objetiva no atual
momento, quando muitas das obras estão paradas, como citou aqui a Verª Sofia
Cavedon, que a obra dos papeleiros, hoje, deve estar andando, talvez, com
apenas 10% do contingente de pessoal e serviços. Isso faz com que o Projeto
quase paralise, atrase o cronograma, causando prejuízo a quem aguarda pela
moradia; a própria obra acaba encarecendo, os custos sendo cobrados do Poder
Público, onerando ainda mais a Municipalidade, gastando ainda mais recursos
públicos.
Então, é importante
que estejamos alerta, mas que também o Governo seja claro e que aproveite a
possibilidade da Parceria Público-Pública, junto com a Caixa Econômica Federal,
com o Ministério das Cidades, para gravar o máximo de recursos e dar o maior
retorno possível à comunidade de Porto Alegre no tocante à habitação popular, que
é uma necessidade, sem dúvida, das mais sentidas aqui pelo nosso povo carente.
Hoje, pela manhã,
estivemos visitando o Entrada da Cidade e constatamos que as pessoas não
agüentam mais estar embaixo d’água; constatamos a precariedade da operação da
casa de bombas nº 5, do DEP, e a falta de equipamentos.
Aí eu quero chegar
num outro ponto: o DEP tem previsto cerca de 48 milhões de reais, sendo que 30
milhões, aproximadamente, são só para a obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves,
que está em execução, mas que, tirando esses 29 milhões, sobram para todo o DEP
18 milhões de reais para custear o pessoal, os serviços contratados, os
materiais e os serviços de limpeza de galerias, de manutenção, de limpeza dos
bueiros e de manutenção do sistema de proteção contra as cheias. É isto que
está acontecendo lá, Verª Margarete, lá nas proximidades da casa de bombas nº
5, no Entrada da Cidade: a cada chuva que cai, aquele local tem ficado
totalmente inundado, porque a casa de bombas não recebe a manutenção e os
cuidados adequados para fazer o escoamento das águas. Isso tem gerado
permanente inundação da Vila Dabdab, da Vila Mário Quintana, das habitações
novas do Entrada da Cidade e de todo o Humaitá, que depende, fundamentalmente,
daquela casa de bombas nº 5, onde há três bombas com capacidade para 2.500
litros cada uma, e apenas duas estão funcionando, e, como apenas duas estão
funcionando, opera uma por vez, ora uma; ora outra, e aí não é possível fazer o
escoamento daquele volume de água, que é muito grande, e as pessoas chegaram a
ficar por 18 horas abaixo d’água, perdendo móveis, perdendo bens e se expondo
ao risco da água contaminada da chuva.
Portanto eu quero
dizer, Ver. João Dib, que não estão aqui os recursos que deveriam ser
arrecadados pelo DEP. Esta Câmara, em votação, definiu a cobrança de taxa de
esgoto misto, que deveria retornar totalmente para o DEP. O DEP arrecada mais
de 30 milhões de reais por ano, e o que está retornando para lá são apenas 18
milhões de reais, incluindo os encargos de pessoal, os financiamentos e todos
os serviços de manutenção próprios ou terceirizados, quantidade completamente
insuficiente para dar conta do bom saneamento, para dar conta da boa drenagem
da Cidade.
Nós também temos em
Pauta hoje um Projeto importante, de autoria do Governo Municipal, que é o
Projeto das Parcerias Público-Privadas. A previsão da implantação desse Projeto
já vem desde o Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Nós tivemos vários diálogos com o Governo,
quando dissemos claramente que essa é uma iniciativa que pode trazer resultados
positivos em alguns setores, como por exemplo, habitação, construção do trem,
Centro de Eventos, conforme o Prefeito fala, no Cais do Porto, em algumas
outras áreas, mas, em outras áreas, nós provamos, matemática e economicamente,
que a Parceria Público-Privada não deve se aplicar a setores como água e saneamento, limpeza urbana e
destinação de resíduos, telecomunicações, processamento de dados, transporte
público, áreas que são estratégicas, fundamentais e muito bem feitas há muito tempo pela qualificada equipe do
funcionalismo público municipal e, portanto, dispensáveis de Parcerias
Público-Privadas, sabem por quê?
Porque o setor público faz melhor e mais
barato. É por isso que nós apartamos, em Proposição, Emenda, alguns setores que
não devem ser objeto dessa Parceria. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com
a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Ilustre Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, prezada assistência, ouvimos aqui o
Líder do Partido dos Trabalhadores criticar algumas obras que, segundo ele,
estão paralisadas. A informação da Vila dos Papeleiros, do Entrada da Cidade, e
lá também da Vila Dona Teodora, não é verdadeira; a obra esteve paralisada há
um mês. Sim, esteve, por problema de liberação de financiamento da Caixa
Econômica Federal. E as três obras estão em andamento normal. O que houve foi
uma redução de número de funcionários, porque agora há um trabalho, vamos
dizer, mais especializado: não é mais de abrir valetas, de fazer aquele
trabalho mais amplo de infra-estrutura. Agora está na fase de levantamento das
paredes, que não necessariamente precisa de maior número de mão-de-obra.
Então essa é a
informação, Ver. Todeschini. V. Exª tem uma informação atrasada. Hoje todas as
três obras estão normais e bem adequadas, com financiamento garantido, tudo
certinho.
No que diz respeito
às bombas do DEP, eu, pessoalmente, visitei várias casas de bombas no Governo
anterior e vi que várias delas estavam deterioradas, muitas máquinas não
funcionando, em péssimo estado; eu tenho fotografias delas. E o Prefeito
Fogaça, quando assumiu, tinha muita preocupação; o Secretário Ernesto Teixeira
tinha muita preocupação, porque, no mínimo, em três casas de bombas, não estava
funcionando nenhuma máquina. Se houvesse chuva forte, haveria perigo sério de
alagamento, mas muito sério; e rezava-se para não chover, porque não daria
tempo de consertar imediatamente.
Neste momento, eu não
pude falar com o Secretário Ernesto Teixeira, porque o Presidente Elói me
chamou, pois era a minha vez de falar. Mas eu, pessoalmente, atesto que várias
casas de bombas estavam em petição de miséria, inclusive com funcionários não
sendo pagos há três, quatro meses.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Obrigado pela gentileza, Ver. Nedel. Só para colaborar e ajudá-lo, é verdade
que foram reformadas três casas de bombas. O problema é que eu creio que os
critérios, pela ordem de prioridade, para a escolha das casas de bombas a serem
reformadas, foram adotados por alguém que não conhece muito o problema. Por
quê? Porque há algumas casas de bombas que funcionam como sistema de proteção
contra as cheias e também como sistema de drenagem; é o caso da casa de bombas
nº 5, que é a mais importante.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Onde que fica a cinco?
O Sr. Carlos
Todeschini: A 5 fica no último espaço da Av. Voluntários da
Pátria, onde é pavimentado, próxima à Vila Esperança, Vila Dabdab, e àquelas
vilas do Entrada da Cidade.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Entre a Av. Castelo Branco?
O Sr. Carlos
Todeschini: Exatamente. É a única que dá acesso em direção à
Av. Castelo Branco. Então, lá são três bombas, mas apenas duas estão
funcionando, e elas funcionam alternadamente ora uma; ora outra. A prioridade
deveria ter sido adotada para reformar e ampliar essa casa de bombas, que é a
mais exigida e a mais importante. Obrigado pelo aparte.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Eu não vou lhe dar uma resposta mais técnica neste
momento, porque eu preciso estar mais esclarecido para transmitir essa
informação corretamente às pessoas.
Mas eu queria falar
sobre o nosso Orçamento. Há oito anos e meio, estou nesta Casa, e nunca, nunca
esta Casa havia recebido um Plano de Investimento junto com o Orçamento. E aqui
está o Plano de Investimento, tudo o que será investido no ano que vem,
aprovado pelo Orçamento Participativo, com algumas questões que a própria
comunidade ainda está detalhando em alguns
aspectos técnicos que faltam ser definidos. Portanto eu saúdo muito
fortemente que, finalmente, o Governo do Sr. Prefeito José Fogaça está enviando
à Câmara o detalhamento das demandas da comunidade, que serão feitas no ano que
vem. Por exemplo, para a Zona 1 - Humaitá, Navegantes, Ilhas - estão destinados
205 mil reais para a compra de área para as pessoas que não têm cadastros no
PIEC da Vila Nossa Senhora da Paz e A. J. Renner. Já está definido para o ano
que vem que as pessoas que não tinham cadastro serão atendidas.
Na área da Educação,
está destinado o valor de 89 mil reais para novas creches para a Região
Humaitá-Navegantes-Ilhas; 15 mil reais para o aumento de metas para a creche
João Paulo II, na Vila Farrapos; 80 mil reais para a construção de Centro
Comunitário na Ilha da Pintada, na área da Assistência Social.
Na Zona 2, Noroeste,
estão destinados 325 mil reais para urbanização da Vila Pereira Franco, n° 143,
no bairro São João, onde será regularizada a luz e água até o limite do recurso;
86 mil reais para a construção de uma creche comunitária no bairro Jardim Itu,
na área da Educação; 37 mil reais para a área da Assistência Social, aos
moradores da Região Noroeste, no SASE, e outros detalhes pequenos.
Hoje quero falar de
habitação principalmente, porque os dois Vereadores que me antecederam falaram
sobre o assunto, mais particularmente o Ver. João Carlos Nedel, que diz que
agora está sendo encaminhada, através deste Orçamento, a solução para as 80 mil
moradias das quais Porto Alegre tem carência.
Eu quero pegar, aqui,
o Orçamento de Porto Alegre, mas quero entender onde estão apontados os
recursos, quer sejam para urbanização, quer sejam para construção de moradias.
O Sr. João Carlos
Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, eu só afirmei que estamos diminuindo o déficit habitacional em Porto
Alegre. Somente isso.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Está bem. Então vamos pegar a diminuição do déficit
em Porto Alegre. Se nós pegarmos de zero a oito salários mínimos, é a maior
carência habitacional que a Nação tem - não é o caso particular de Porto
Alegre; é um problema crônico, resultado do êxodo do campo para as cidades. Eu
quero trazer justamente esta referência aqui: para resolver o déficit
habitacional, têm de estar sincronizados o Município, o Estado e a União.
E volto a dizer: o
Orçamento apresentado pelo Departamento Municipal de Habitação não traz um
potencial para que, no próximo ano, nós venhamos a superar a construção de
lotes urbanizados até agora. Não está aqui no Orçamento. E aí, Ver. Haroldo de
Souza, quando V. Exª vem aqui criticar o Governo Lula, eu quero que V. Exª
venha aqui fazer uma referência aos Orçamentos da Habitação, do Governo Germano
Rigotto, para o Rio Grande do Sul e para Porto Alegre. O sonho da habitação
acabou na política do Estado, pelo Orçamento proposto, que estabelece que agora
haverá menores possibilidades de acesso à casa própria. O Governo Rigotto está
reduzindo em 70% o Orçamento, em relação aos dois anos anteriores, para a
Habitação. Para piorar, os Programas de Financiamento Habitacional e
Cheque-Casa estão paralisados, enquanto os Programas Habitar Brasil e Minha Casa estão com
uma execução abaixo do orçamento previsto;
em 2004, teve 11,6 milhões de reais aplicados pelo Governo do Estado; em 2005,
nove milhões, e orçado para 2006, 3,5 milhões, um terço do que foi feito em
2004.
Portanto, onde está
aquele Governador que disse que colocaria um posto de saúde a cada esquina,
aquele Governador que disse que colocaria um segurança em cada esquina? Onde
está o Orçamento para contribuir com a habitação de Porto Alegre e do Rio
Grande do Sul? Quero dizer aos que vêm a esta tribuna fazer todas as críticas
possíveis ao Governo Federal e à base de apoio do Governo Germano Rigotto que
hoje a Caixa Econômica Federal, o Programa Habitacional do Governo Federal tem
500 milhões de reais depositados para poder investir inclusive em Porto Alegre,
mas os Programas do Estado e os Programas do Município não estão capacitados
para receber esses recursos. Essa é a realidade. Essa é a verdade.
Na sexta-feira,
tivemos o prazer de fazer um seminário durante todo o dia, com todas as
Lideranças, e lá estavam as lideranças empresariais - o Sinduscon, o Instituto
dos Arquitetos do Brasil, a Sociedade de Engenharia, o Movimento Nacional de Luta
Pela Moradia, o Conama, o Comathab –, e a análise é a mesma: com esses
orçamentos que estão colocados para o setor habitacional de Porto Alegre, não
haverá como o Município se qualificar para poder captar esse recurso do Governo
Federal que está disponível para o setor habitacional.
Vamos deixar claro
aqui que a nossa intenção, Ver. João Carlos Nedel, é fazer com que esses
programas municipais avancem, para que possamos captar esse recurso, que é
recurso público, sim, federal, que está aqui disponível. Agora, se colocarmos
aqui, por exemplo, no Incentivo ao Cooperativismo, seis mil reais, ou mesmo destinar para a regularização
fundiária três milhões e 600 mil reais - e nós temos, sim, em Porto Alegre, 632
vilas irregulares -, é a mesma coisa que dizer que não há política de
regularização fundiária, porque, para fazê-la, tem que haver a reforma da
estrutura, sim, da Procuradoria do Município, da SPM, da SMOV e do DEMHAB; essa
reestruturação tem que vir aqui, e aqui não está; portanto, nós temos de sincronizar
as políticas federais, estaduais e municipais!
E sobre os Projetos
que estavam e estão em andamento, por exemplo, o Projeto Integrado Entrada da
Cidade, Ver. João Carlos Nedel, dizendo que a nossa informação está atrasada, a
nossa informação tem uma hora e meia, porque a Bancada do Partido dos
Trabalhadores almoçou hoje lá no Entrada da Cidade, discutindo com a
comunidade. Vá lá e veja o empreiteiro do PIEC, que está há sete meses sem
receber um centavo da Prefeitura Municipal, porque não liberam os recursos que
estão disponíveis lá na Caixa Econômica Federal, que só serão pagos aos
empreiteiros se a Prefeitura for lá e liberar esse dinheiro.
Digo mais: as obras
que eram para ser entregues, já no final deste ano, àquela comunidade que está
lá na Casa de Passagem, já estão com uma previsão de mais oito meses para a
entrega.
Como é que nós
queremos fazer uma aplicação séria dos recursos e, ao mesmo tempo, fazer uma
disponibilização dos termos que precisamos alcançar? E quero aqui discutir,
fraternalmente, sim, que nós temos de fazer uma política de reforma urbana em
Porto Alegre e no Brasil!
Nós, na CUTHAB, junto
com os Vereadores da base aliada - Ver. Mario Fraga, Ver. Brasinha e Ver.
Ismael - discutimos e recebemos diariamente alguma comunidade que está sendo
despejada. Se nós não enfrentarmos a estrutura para reter uma política de
regularização fundiária, não resolveremos o problema habitacional. E como essa
questão está sendo colocada como investimento, está apontando para a
não-solução.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, há pouco, obtive informação de
parte do Secretário Nelcir Tessaro de que a Caixa não estava liberando os
recursos, mas eles conseguiram, recentemente, uma Liminar, e a Caixa irá liberar
esses recursos para garantir as obras.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Portanto irá
liberar, sim, os recursos do Governo Federal, que serão repassados ao Município
para investimento na Habitação. Isso está correto.
E, falando em Entrada
da Cidade, eu queria passar mais uma informação aqui: lá no Entrada da Cidade,
há a CB-5, casa de bombas nº 5, que fica ali perto do Projeto do PIEC; lá, há
três Casas de Bombas com capacidade de 2.500 litros por segundo, só que, na
última chuvarada que houve, foi ligada uma das três, que não deu vencimento, e
a água ficou a um metro dentro das moradias. Essa é uma postura de inoperância
administrativa. É isso que temos de dizer aqui! E a responsabilidade não é dos
funcionários que lá estão! A responsabilidade é gerencial, porque o DEP tem
arrecadação própria, inclusive na tarifa orçamentária do esgoto misto, para
poder direcionar a reestruturação dos seus equipamentos. Se assim não o faz,
não pode dizer que é o funcionário A ou o funcionário B que não estava lá; é
uma questão gerencial.
O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, só uma pergunta: o Governo
Rigotto manda, como pagamento da dívida com a União, todos os meses, para o
Governo Federal, 142 milhões de reais. Por que o seu Governo não cumpre e não
manda para o Rio Grande do Sul os 900 milhões de reais referentes à compensação
pelas perdas da Lei Kandir?
O SR. CARLOS COMASSETTO: Para concluir, Sr.
Presidente, eu tenho que responder à indagação. As perdas da Lei Kandir, Ver.
Haroldo de Souza, têm de ser feitas na contrapartida de quanto mais aumentam as
exportações, o quanto equipara a
diferença. Então, é esta a discussão que está colocada, e nós podemos
fazer aqui, inclusive, um debate com o senhor: os investimentos na Saúde no Rio
Grande do Sul, os investimentos na Habitação do Governo Lula e do Governo
Germano Rigotto, para ver qual está investindo realmente em programas básicos,
como tivemos hoje, aqui, o ProJovem, que está na ordem de 311 milhões. Mas
estou pronto para o debate.
O Sr. Haroldo de Souza: Mas ele já havia
liberado, pela Lei Kandir, esses 900 milhões de reais e voltou atrás.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Eu faço um
debate sobre a comparação dos recursos, na proporcionalidade: quem está
investindo em políticas sociais? O seu Governo Rigotto - que não investe - versus os programas federais. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, é um Pedido de Diligência que deve ser dirigido à CCJ,
naturalmente. Mas vamos fazer o registro. (Lê.) “Nos termos do art. 51 do
Regimento deste Legislativo, requeiro que o Processo n.º 5.455/2005 seja
remetido em diligência à Procuradoria desta Casa para que se manifeste
relativamente à Mensagem Retificativa n.º 01, aposta ao PLCE n.º 05, pelo que
passo a expor:
2. Não sendo
deferido o pedido do item 01, requeiro a diligência no sentido de que a
Procuradoria se manifeste sobre as inovações jurídicas que se pretende
incorporar na Lei Complementar n.º 133. Entendemos que a Mensagem Retificativa
n.º 02 apresenta-se com vício, uma vez que busca criar subterfúgios para a
não-aplicação de regra constitucional esculpida pelo art. 37 da Constituição
Federal.”
Cito o art. n.º 37
(Lê.): “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:
Inciso XVI – É vedada a
acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade
de horários, observado em qualquer caso o disposto do inciso XI.
I.
de dois cargos de professor;
II.
a de um cargo de professor com
outro técnico ou científico;
III.
a de dois cargos privativos de
médico;
IV. a de dois cargos
ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas”.
E também o inciso
XVII (Lê.): “A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder
Público”.
“Relativamente ao
item 2, destacamos que a Mensagem Retificativa faculta que funcionários do
quadro de funcionários efetivos de outra esfera de Governo, seja estadual ou
federal, sejam designados para funções de chefia, direção e assessoramento no
Município de Porto Alegre, percebendo por esta função de chefia ou de
assessoramento, cumulativamente com os vencimentos percebidos no órgão de
origem, o valor equivalente ao vencimento de um Cargo em Comissão. Ou seja, o
servidor cedido perceberá seus vencimentos, pagos pelo órgão de origem, e o
valor equivalente ao vencimento de um Cargo em Comissão do Município.
Acrescente-se a essa fórmula a determinação de que o Cargo em Comissão, cujo
valor equivalente será destinado a um funcionário cedido, não poderá ser
preenchido por outra pessoa, sendo que seu valor será repassado, em forma de
função gratificada, ao servidor cedido, acumulando com seus vencimentos
oriundos do órgão de origem.
Ora, é evidente que
estamos a criar subterfúgios para fugir da regra constitucional que proíbe a
acumulação de vencimentos, ou seja, estamos criando subterfúgios para
escarparmos de princípios da Administração Pública especificamente quando
tratamos da moralidade dessa administração.
Soma-se a esse
argumento a quebra da isonomia entre os valores das funções gratificadas, pois
teremos, para um mesmo caso de chefia ou de assessoramento, valores muito
distintos. Para o desempenho da função de chefe de setor, quando desempenhado
por um funcionário do quadro efetivo do Município, o valor pago pelo desempenho
da função será sensivelmente menor do que o valor pago para um funcionário
cedido, pois esse perceberá, cumulativamente aos seus vencimentos, o valor
equivalente a um Cargo em Comissão. A este valor equivalente de Cargo em
Comissão, do mesmo nível da função – se de nível superior aos vencimentos,
estará somada a Dedicação Exclusiva – não será deduzido ainda o valor
equivalente aos descontos previdenciários, pois a função não será incorporável
ao vencimento. Assim o funcionário cedido perceberá, cumulativamente aos seus
vencimentos, o valor equivalente a um Cargo em Comissão e sem descontos
previdenciários, o que aumenta ainda mais o valor líquido mensal. Pelo exposto,
pedimos deferimento ao Pedido de Diligência”. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
Claudio Sebenelo está com a palavra.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Eu acho que, dentro da distribuição dos tempos na
Casa, Sr. Presidente, a leitura de um Requerimento dessa extensão ocupa, às
vezes, mais do que o tempo de uma Comunicação de Líder, e acredito que o
Requerimento deva ser sucinto.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Indefiro liminarmente o
Requerimento de V. Exª, Ver. Carlos Todeschini, pois é anti-regimental e está
dirigido ao Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o Ver. Ibsen
Pinheiro.
A Verª Margarete Moraes
está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A SRA. MARGARETE
MORAES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, quando estamos analisando, em Pauta Especial, o Projeto do
Executivo que estima a Receita e fixa a Despesa para 2006, o PLE nº 026/05,
creio que deva ser analisado a partir do programa do Partido da Mudança, da
essência desse programa, ou seja, uma frase que foi repetida à exaustão, que
dizia: “Fica o que está bom; muda o que não está.” E a marca desse
programa era o encerramento de um ciclo, a superação da Administração anterior.
Eu acredito e tenho
certeza de que basta qualquer pessoa abrir os olhos, querer enxergar, olhar
para o lado para perceber que Porto Alegre não está mais moderna, mais
inteligente, mais democrática nem muito mais alegre, Ver. Maurício. Ao
contrário, a Cidade está menos cuidada, menos nossa, menos da população, menos
das suas pessoas.
Já prevendo o que
aconteceria hoje, este Governo, antes mesmo de assumir, denunciava, de uma
maneira muito inteligente, um suposto descalabro financeiro que, na verdade,
nunca aconteceu, e colocava, como uma situação mágica para resolver todos os
problemas desta Cidade, a implantação daquele conceito de Governança Local
Solidária. Falava também, quando mandou esse documento para a Câmara analisar,
em relação a 2006, em absoluta transparência e absoluta verdade, como se, nos
governos anteriores, não houvesse transparência e não houvesse verdade.
Então, eu quero dizer
que a Governança Local Solidária é um conceito que as pessoas não conseguem
compreender, porque ainda não disse a que veio. O Orçamento Participativo
estava colocado na lista das coisas boas da Cidade – aquilo que é bom fica –, e
ele foi mantido, mas está faltando alguma coisa, Ver. Oliboni, está faltando
ímpeto, paixão pela Cidade, militância, paciência dos governantes atuais.
O Orçamento
Participativo está restrito às suas reuniões, e o Governo atual está
burocratizando esse Orçamento Participativo. Os Secretários não comparecem à
periferia da Cidade, não recebem a população. Eu posso exemplificar com o
movimento Porto Alegre Vive, que é o movimento civil mais importante que surgiu
na cidade de Porto Alegre e que, inclusive, estava totalmente iludido com o
Partido da Mudança.
O que nós temos hoje,
depois de nove meses? O número de Cargos de Confiança aumentou. Existem
critérios muito temerosos na contratação desses CCs. Nós ouvíamos aqui,
diuturnamente, por parte do Ver. Sebastião Melo, um menosprezo pelos Cargos de
Confiança, quando ele se referia à “cecezada”; agora, a “cecezada” vem
aumentando.
Se nós pensarmos na
FASC, quando analisamos o novo Orçamento para 2006, percebemos que, em relação
a novos investimentos, de 1 milhão e 320 mil reais que havia para 2005, nós
temos, para 2006, uma diminuição inaceitável: apenas 670 mil e 276 reais,
considerando os abismos sociais do nosso País.
A FASC não pode ter
um investimento tão pequeno, porque vai ser impossível trabalhar em 2006. Além
dessa redução de investimentos, a FASC hoje está reduzida ao assistencialismo, e
eu quero dizer para a população de Porto Alegre que a Diretoria foi trocada, e
não deram nenhum tipo de satisfação à sociedade do porquê da troca da Direção
da FASC.
Na CEDECONDH, a Verª
Maria Celeste e eu estamos preocupadas. Já realizamos duas Audiências Públicas,
Ver. Ervino Besson, Ver. Bernardino, em relação ao Projeto Resgate, que foi
reprovado no Conselho, porque ele não era adequado às regras da assistência
social contemporânea. E eu acredito que o Prefeito José Fogaça foi enganado,
não foi informado de tudo o que ocorreu, e acabou lançando um Projeto, com
pompa e circunstância, no Salão Nobre da Prefeitura, que incluía a assinatura
de um contrato de aluguel com o Círculo Operário, uma entidade muito séria,
muito prestigiada em Porto Alegre, que também foi desrespeitada e prejudicada.
O que aconteceu? O Projeto Resgate nunca funcionou, porque não era adequado. Do
contrato assinado de aluguel, foram pagos apenas três meses, e depois já houve
a intenção de desfazer esse contrato.
Há, então, uma situação
bastante difícil, um sério problema, e o Governo silencia, o Governo não diz
nada, e pergunto: onde está a transparência? Onde está a verdade? Porque se
trata de dinheiro público! Quem vai pagar esses três meses de aluguel?
Eu também queria
fazer uma relação com a área da Cultura, que eu considero muito mais dramática,
porque, dos 4 milhões, 246 mil e 203 reais que havia para 2005, nós temos
apenas, Ver. Todeschini, 512 mil reais! É uma redução dramática, e eu fico em
dúvida; o Prefeito é um compositor, é um intelectual. O Secretário da Cultura,
meu amigo Sergius, precisa se animar um pouco e precisa lutar pelo Orçamento da
Secretaria Municipal da Cultura, porque essa redução, Verª Maristela, é
impossível!
Eu acredito,
funcionários do DMLU aqui presentes, que a Secretaria da Cultura começa a
realizar uma das metas deste Governo, que é a privatização dos espaços
públicos, que é a privatização dos serviços, como querem fazer com o DMLU, como
se os funcionários do DMLU não tivessem capacidade e nem competência para
realizar esse trabalho que já fizeram muito bem na nossa Cidade.
Eu quero citar a
Usina do Gasômetro, 11 mil metros quadrados de centro cultural, de espaço
público, reconhecida internacionalmente, privatizada; hoje, ao contrário,
sustentada pelo Governo, mas dirigida e utilizada por alguns poucos grupos de
teatro, e eu não estou fazendo nenhuma crítica e nem colocando em dúvida a
competência desses grupos; agora, cada grupo organiza o seu espaço de acordo
com a consciência de cada um.
Já no caso da Travessa
Paraíso, que era um Centro de Educação Patrimonial e Ambiental em Porto Alegre,
dirigido, Ver. Gerson, pela SMAM e pela SMC, com um programa junto às escolas
municipais públicas em Porto Alegre, com oficinas, um objeto cultural, porque é
a casa mais antiga de Porto Alegre, chegou a ser incendiada e foi restaurada
seguindo regras internacionais, está fechada, fechada à visitação! Ninguém mais
pode entrar na Travessa Paraíso em Porto Alegre, porque ela também foi
privatizada; hoje ela é exclusivamente um espaço administrativo, sede do Porto
Alegre em Cena. Por sinal, este ano, foi o pior de todos. O próprio
Vice-Governador, Antonio Hohlfeldt, especialista em teatro, disse que a peça do
Depósito de Teatro, aqui em Porto Alegre, foi que salvou a última semana do
Porto Alegre em Cena. Então, parabéns ao Depósito de Teatro! Mas foi o pior
Porto Alegre em Cena de todos os tempos. Além disso, cobraram 20 reais de
ingresso num festival que surgiu para ser público, para ser assistido por todos
e por todas!
Na próxima sessão de
Pauta Especial, eu quero ler uma carta que recebi do ex-Secretário da Cultura,
Vitor Ortiz, em relação às verbas do Porto Alegre em Cena.
Para concluir, eu
quero dizer que a Bancada do Partido dos Trabalhadores continuará firme na
defesa da Cidade nesse Projeto que nós representamos e que foi aprovado por 16
anos na nossa Cidade. Nós continuaremos lutando por justiça social, por uma
cidade para todos e para todas.
Quero, mais uma vez,
afirmar que, hoje, pela manhã, Ver. João Carlos Nedel, a Bancada visitou o
bairro Humaitá e conversou com as pessoas. Eu estava junto, sou testemunha,
hoje o empreiteiro nos disse que está há mais de cinco meses sem receber. Ele
teve que diminuir drasticamente o número de funcionários, e nós vimos que havia
três funcionários trabalhando lá, só para não acabar com a obra, porque, senão,
ela vai se deteriorar, ou vai sofrer invasões. Então, ele está administrando
essa obra como pode, mas ele está sem receber, e somos testemunhas disso – eu,
os outros Vereadores e os assessores da Bancada do Partido dos Trabalhadores.
Infelizmente, essa é a verdade! Um Governo que diz que trabalha com
transparência e com verdade deve reconhecer também os próprios erros. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
A Verª Manuela
d’Ávila está em representação da Casa, na data de 29 a 31 de outubro, e o Ver.
Raul Carrion estará em representação, de 3 a 10 de novembro, sem ônus para a
Casa.
A Verª Maristela
Maffei está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, nós estamos discutindo o Projeto de Lei do
Executivo que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre no
exercício econômico e financeiro de 2006.
É sempre bom, quando
fazemos uma intervenção, recordarmos a história. Eu quero dialogar e já quero
cumprimentar aqui a Vera Guasso, municipária, membro do PSTU, bem como os
muncipários que estão aqui e os senhores e senhoras que nos assistem pelo Canal
16.
O Governo Fogaça,
quando estava em campanha, falava que, em seu Governo, o funcionalismo seria a
prioridade, sendo que apresentaria projetos para valorização dos funcionários e
para a recuperação de perdas salariais. E aí eu quero lembrar que a
bimestralidade foi uma conquista dos trabalhadores no Governo da Frente
Popular, e lembro ainda que, há três anos, o Prefeito Verle fez uma comunicação,
através da imprensa, dizendo que estava com muitas dificuldades para continuar,
naquele momento, pagando a bimestralidade, mas não a encerrou.
Agora todos sabem
que, ao assumir o Governo Fogaça, essas questões saíram de pauta, e passaram
simplesmente a atacar a dívida deixada pelo Governo anterior, bem como as
questões relacionadas aos investimentos sociais.
Naquele início de
Governo, passaram a enfrentar, em debates, ainda que muito sorrateiramente e de
uma forma humilde - do bom camarada -, a necessidade da reestruturação do
Governo. Apoiados por uma empresa terceirizada, segundo a reportagem, por meio
do PGQP, orientados pelo Sr. Jorge Gerdau Johannpeter, foi contratada uma
consultoria privada para realizar tal avaliação, sendo que a empresa terceirizada
efetuaria o pagamento do tal trabalho.
Pois bem, senhoras e
senhores, completamente sem fundamento, passa o Governo Fogaça a inventar, para
tanto, uma dívida superior a 171 milhões de reais. Conforme já demonstrado pelo
Secretário Ricardo Collar, na época - e eu quero aqui também mostrar para os
senhores e senhoras - (Mostra um recorte de jornal.), o atual Governo incluía
90 milhões de reais em valores sequer empenhados, e isso foi largamente
divulgado por todos os veículos de comunicação de Porto Alegre.
Conforme matéria do
jornal Correio do Povo, do jornal Zero Hora e de tantos outros, principalmente
do dia primeiro de fevereiro de 2005, era anunciada a intenção de uma grande
terceirização do serviço público de Porto Alegre, ao contrário do que o Prefeito
havia dito em campanha, de que queria valorizar os salários e promover a
recuperação econômica dos funcionários. Era isso que diziam em campanha!
Portanto, os senhores
votaram em massa em cima dessa proposta, porque estavam descontentes. Houve um
divórcio com o Governo anterior e
uma inclinação para o lado daquele que estava prometendo maravilhas ao entrar
no próximo Governo.
Já tivemos
oportunidade de nos manifestar sobre matérias publicadas em vários jornais
sobre o pronunciamento do Prefeito Fogaça, quando informou que, nos primeiros
cem dias de governo, havia conseguido investir 47 milhões de reais, dando conta
das inverdades que eram ditas nos jornais e demais órgãos de imprensa, ou seja,
que os cofres estavam raspados – lembram os senhores e as senhoras? As
inverdades tinham um objetivo certeiro que se clareia agora na apresentação do
Projeto de Lei do Orçamento de 2006: gastar mais de cinco milhões e meio de
reais, senhores funcionários públicos, em terceirização ou contratações de
terceirizadas.
Vejam bem, senhoras e
senhores, enquanto o recurso para os convênios na área da Assistência Social -
por exemplo, da FASC - é de um milhão e 346 mil reais, o PGQT - Programa de
Qualidade Total - recebe sete milhões de reais em recursos, que foram agora
investidos em contratações de consultorias e acompanhamentos estratégicos para
reformulação administrativa da Prefeitura Municipal de Porto Alegre! Serão
gastos, aproximadamente, 500 mil reais, apenas para a adequação desse montante!
Para os servidores não sobrou nem o mesmo índice. Vão acabar de vez com a
bimestralidade! Não colocaram plano nem mesmo de um índice, Vera, nenhum
percentual para o índice de políticas para a questão salarial conquistada pela
categoria!
E aí vêm aqui alguns
Vereadores, achando que podem enganar a população de Porto Alegre. Ora,
senhoras e senhores, a varinha de condão, quem apresentou não foi a Frente
Popular; quem iria apresentar um projeto para o desenvolvimento econômico,
político e social da Cidade era o chamado Partido da Mudança! E nós, com toda a
responsabilidade que temos, como Frente Popular, como Partido Socialista
Brasileiro, vimos aqui cobrar a coerência, dialogar com a sociedade e buscar a
responsabilidade daqueles que disseram que não iriam acabar com a bimestralidade,
que disseram que iriam tirar todas as crianças, meninos e meninas, das ruas,
disseram que iriam acabar com a irresponsabilidade do Governo Municipal, que
era o responsável pela área da Segurança.
E o que nós vemos
agora? Um descaso total. A filosofia do Governo do Estado é a da orientação
Tolerância Zero, é matar; depois perguntar, é não estabelecer políticas de
prevenção, é não dialogar.
E quero dizer às
senhoras e aos senhores que sou a Relatora do Orçamento de 2006 de Porto
Alegre, serei coerente, aberta a todas as Bancadas para discutir os Projetos
apresentados pelo Governo, mas coerente com o viés político, aos quais sempre
estive ligada. Portanto, o Governo, o Executivo tem o direito de apresentar o
seu programa, mas a coerência da Frente Popular, em especial desta Relatora,
terá, sim, o compromisso que sempre teve com esta Cidade. Nós vamos lutar até o
final, para que a bimestralidade dos servidores públicos esteja incluída, sim,
no Orçamento e durante os quatro anos que o Governo Fogaça estiver aqui nesta
Cidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, o interessante é ver “o roto falar do rasgado”. Criticar a
Administração Fogaça por estar buscando consultoria e pagar clara e
transparentemente é uma brincadeira.
Acaso estão lembrados
daqueles estudos feitos em São Paulo para modificar o Plano de Carreira dos
servidores municipais? E não se sabe quem pagou, quanto pagou, como pagou e por
que pagou, e não serviu para nada? Acaso estão esquecidos desse Plano de
Carreira que circulava como certo, que a Administração se renovaria e entraria
em vigor? Mas ninguém sabe quem fez; ninguém viu para onde foi, desapareceu.
Mas, de qualquer
forma, eu quero dizer à minha querida Verª Maristela Maffei, Relatora do
Orçamento para 2006, que relator relata, e os outros membros da Comissão
auxiliam no relato, sem dúvida nenhuma, e todos discutem. Relatoria é
importante, e fico feliz que seja ela a Relatora, não tenho nenhuma restrição,
mas volto a dizer que relator relata, e não modifica aquilo que está para
acontecer.
Mas hoje e no jornal
Zero Hora do fim de semana, esta Casa foi criticada. A Casa tem momentos
excepcionais, e ela os vive com muita intensidade. Claro que nós denominamos
ruas, quem quer morar na rua A, B, X, Y, Z, ou 18, 19, 27, da vila
não-sei-o-quê? Não, cada um quer ter o nome na sua rua, e é importante, mas nós
procuramos simplificar esse fato; nós estamos com um Projeto de Lei com
alteração da Lei Orgânica, que já está com Parecer favorável. Os Projetos de
denominação de rua serão analisados pelas Comissões e ficarão por lá mesmo, e
nós vamos ter as ruas denominadas. Mas eu acho que é muito importante, sim, que
as placas denominativas sejam colocadas. Eu estou dando aqui para a Relatora e
para os meus Pares a idéia - já que está acessível na Cidade um dos programas
de Governo: Plano de Sinalização e Informação ao Usuário – de que seja
explicitado no Orçamento que as placas denominativas dos logradouros devam ser
colocadas. Eu não vou fazer essa Emenda, porque já fiz dez vezes e, nos
Governos passados, não tive resultado nenhum. Inclusive, fiz com que o ano 1985
fosse considerado o ano de denominação dos logradouros, e fiz com que se
aprovassem Emendas no Orçamento, para que houvesse recurso. O Prefeito
sancionou as duas e não colocou nenhuma placa.
Eu acho que nós temos
uma preocupação muito grande com a saúde dos servidores, mas não só dos
servidores, da população. Reiteradas vezes, na Legislatura passada, eu reclamei
da tribuna sobre a falta de anti-hipertensivos e antipsicóticos, que são
baratos e que precisam ser distribuídos à comunidade; não aconteceu nada,
continuam faltando. Nós temos Receitas da Saúde, e há um programa sobre
farmácias distritais; então, vamos fazer com que essas farmácias distritais
distribuam a toda população necessitada e carente esses produtos, que são
realmente baratos, mas indispensáveis, tanto o antipsicótico quanto o
anti-hipertensivo.
Mas, Sr. Presidente,
a Câmara tem os seus momentos importantes, e o mais importante, sem dúvida
nenhuma, é a votação do Orçamento, e esse acontece todos os anos. Antecede a
ele a Lei de Diretrizes Orçamentárias, é quando nós dizemos ao Prefeito como
ele vai fazer o Orçamento. Nós estabelecemos as linhas para que o Orçamento
seja formulado e aprovamos ou reformulamos algumas coisas. Todo ano nós temos
matérias do Plano Diretor e suas alterações. Nós até chegamos a pensar numa
Comissão do Plano Diretor, mas o Prefeito não mandou, saiu da Cidade, depois de
quatro anos de promessa de Plano Diretor. Quem sabe agora, neste ano, ou no
próximo ano, nós tenhamos as alterações do Plano Diretor, e a Câmara vai ter
muito o que fazer?
Nós temos de examinar
as alterações tributárias, que só podem ser propostas pelo Prefeito; nós temos
de examinar as reformas do Estatuto, propostas pelo Prefeito ou propostas pela
própria Câmara; nós temos o Plano de Carreira de pessoal. Nós não podemos fazer
o Plano de Carreira, mas nós podemos cobrar com insistência, para que venha a
conhecimento dos Vereadores e se possa fazer o trabalho. Nós temos de estudar o
plano de pagamento do pessoal, em Projeto que está na Casa, mas que não
satisfaz, mas nós vamos fazer uma Comissão de Lideranças e vamos falar com o
Prefeito e seus assessores, buscando uma conciliação. Nós temos alterações de
logradouros, alterações pequenas, enfim, de loteamentos que acontecem na
Cidade, mas, sobretudo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos o direito e
o dever, ou o dever-direito de fiscalizar, e isso é uma coisa que nós não
fazemos com muita intensidade. Isso é uma coisa que nós não fazemos com muita
clareza.
Eu cuido, sim, da
execução orçamentária e sei que situação tem a Prefeitura até o dia 30 de
setembro, porque, a cada dia 28 do mês seguinte, são publicados, no Diário
Oficial, os dados que dizem respeito à execução orçamentária; lá estão:
despesas e receitas. Nós podemos analisar o que está acontecendo com o ICMS;
nós podemos analisar o que está acontecendo com o IPTU; nós podemos ver que a
previsão de arrecadação de Imposto de Renda na fonte vai ficar muito aquém da
projeção; nós podemos ver que a previsão de Receitas de Capital em mais de 300
milhões de reais, para equilibrar o Orçamento no ano passado, pouco mais de
vinte, não chega a trinta milhões até agora, em nove meses de execução
orçamentária. Então, na realidade, esse é o momento de cada um. Agora, nada
impede que se tenha de denominar as ruas, que se tenha de homenagear,
eventualmente, essa ou aquela pessoa.
Agora, eu defendo há
23 anos - e tem gente que fica braba comigo - que deveríamos ter menos
Vereadores. Quando passamos para 33, eu achava que tínhamos que manter os 21;
quando passamos para 36, eu continuava pensando que tinha de ser 21; e agora,
de repente, sou capaz de pensar em até diminuir os 21, porque precisamos, neste
País, é de pessoas que se dediquem exclusivamente ao que fazem. Exclusivamente
ao que fazem! Não é o que fazem os Deputados Federais, que chegam na
terça-feira e, na quinta-feira, viajam para os seus Estados.
Não precisávamos de
513 Deputados Federais! Nós não precisávamos de 81 Senadores! Senador mora no
Maranhão e é Senador pelo Amapá, e fez tudo o que podia fazer para retirar o
titular da outra vaga do Senado para colocar um apadrinhado seu, que era um
suplente daquele Senador, que o Supremo Tribunal fez voltar ao Senado na
sexta-feira!
Portanto, Sr.
Presidente, é importante o trabalho da Câmara Municipal. É indispensável a
fiscalização permanente. O Vereador tem o poder-dever, ou o dever-poder de
fiscalizar; e, se ele fizer isso, estará cumprindo muito bem a sua
responsabilidade de fazer Porto Alegre uma cidade melhor, mais acessível e
amada por todos nós. Saúde e PAZ! (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N. 6154/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 009/05, que dispõe sobre autorização ao Poder
Executivo para conceder redução da multa de mora para pagar, parcelar ou
reparcelar créditos não-tributários e dá outras providências.
2.ª SESSÃO
PROC.
N. 5796/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 041/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki,
que determina a construção de banheiros públicos destinados ao uso infantil nos
centros comerciais e shopping centers do Município de Porto Alegre. Com
Emendas n. 01, 02 e 03.
PROC.
N. 5954/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 282/05, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que
altera o § 3º do art. 3º da Lei n. 8.279, de 20 de janeiro de 1999, e
alterações posteriores, que disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos
Publicitários no Município, definindo que o prazo de duração para a exploração
da concessão ou permissão seja estabelecido no respectivo Edital de
Concorrência.
PROC.
N. 1576/01 - SUBSTITUTIVO N. 01, que institui a Feira do Livro, do Disco e
do Vídeo na Esplanada da Restinga e dá outras providências, ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO N. 081/01, ambos
de autoria do Ver. Adeli Sell.
PROC.
N. 5638/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 265/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki,
que estabelece espaços para entidades beneficentes de atendimento a pessoas
carentes nas feiras municipais de incentivo ao lazer, cultura, pequeno comércio
e turismo. Com Emenda n. 01.
PROC.
N. 5762/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 272/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que
disciplina a expedição ou renovação de alvarás provisórios para
estabelecimentos localizados em áreas pendentes de regularização fundiária.
PROC.
N. 6100/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 138/05, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que concede o título
honorífico de Honra ao Mérito Atlético a Márcio Carvalho Corleta.
3.ª SESSÃO
PROC.
N. 2481/00 - SUBSTITUTIVO N. 01, que reabre o prazo para regularização de
construções no Município de Porto Alegre, fixado no art. 5º da Lei Complementar
n. 135, de 22 de julho de 1986, e alterações posteriores, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
N. 015/00, ambos de autoria
do Ver. João Antonio Dib. Com Emenda nos. 01, 02 e 03 ao Projeto.
PROC.
N. 4202/04 - SUBSTITUTIVO N. 01, que institui a Feira do Disco Vinil na
Rua Uruguai, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 187/04, ambos
de autoria do Ver. Adeli Sell.
PROC.
N. 4000/05 - SUBSTITUTIVO N. 01, que acrescenta art. 46-A à Lei
Complementar n. 234, de 10 de outubro de 1990, e alterações posteriores (Código
Municipal de Limpeza Urbana), dispondo sobre a divulgação dos roteiros de
varrição e capina dos logradouros públicos na Internet, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
N. 027/05, ambos de autoria
do Ver. Bernardino Vendruscolo.
PROC.
N. 5546/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 260/05, de autoria dos Vereadores Bernardino
Vendruscolo e Raul Carrion, que altera a Lei n. 7.855, de 25 de setembro de
1996, que oficializa, no âmbito do Município, a Semana Farroupilha, estabelece
a realização de Sessão Solene no Acampamento Farroupilha, e revoga a Lei n. 7.111,
de 8 de julho de 1992.
PROC.
N. 5581/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 132/05, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que regulamenta o
funcionamento das audiências públicas convocadas pelas Comissões Permanentes e
Temporárias da Câmara Municipal de
Porto Alegre. Com Emenda n. 01.
PROC.
N. 5809/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 277/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede o título
honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Clemente Viscaino.
(Manifestação do Ver.
Haroldo de Souza, fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós tínhamos,
Ver. Haroldo, hoje pela manhã, feito um consenso no sentido de ...
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Nobre Presidente, fiz um Requerimento, pedindo
que nós passássemos imediatamente à Ordem do Dia, deixando de lado a Pauta
normal.
E faço um adendo: solicitaria que a Pauta fosse
considerada como discutida.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Mas aí
precisaríamos que houvesse a desistência; do contrário...
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não necessariamente;
se nós considerarmos que ela foi discutida, vale também, e não seria a primeira
vez, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Teria de
haver uma decisão de Plenário.
Nesse sentido, há
divergências.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, se for por falta de Requerimento, acabo de fazê-lo, ou
seja, para que a gente entre imediatamente na Ordem do Dia, preservando as
Lideranças, deixando a Pauta a posteriori. Este seria o Requerimento; se
for o caso, então, está feito o Requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): É bom que se diga que houve, hoje, pela manhã, como de costume, um
consenso, quando se estabeleceu a ordem. Agora, evidentemente, se os Vereadores
e Vereadoras propõem alterar, Ver. João Antonio Dib, não há por que não, a Mesa
apenas coordena o debate.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Muito bem, Vereador. Então, vamos colocar que seja antecipada a Ordem do
Dia.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exato. Eu gostaria de ouvir o Ver. Carlos Todeschini.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Eu encaminho na direção de que seja mantida a ordem normal dos
trabalhos, conforme o acordo de hoje pela manhã na Mesa, porque há ainda o
andamento de Projetos importantes, e estão sendo feitos ajustes, negociações, e
isso requer um tempo também. Então, eu proponho que se mantenha a ordem
acordada na Mesa.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Mas a ordem será mantida, Sr. Presidente. Hoje, pela manhã, nós
discutimos a Ordem do Dia, e não a ordem dos trabalhos. Então, estou
solicitando que entremos, imediatamente, na Ordem do Dia, e sugiro que meus
ilustres colegas que estão inscritos na Pauta, desistam. Eu estou desistindo da
Pauta.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A primeira inscrita na Pauta é a Verª
Margarete Moraes.
(Manifestações paralelas, fora do microfone.)
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Presidente, coloque em votação, então, pelo menos.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Haroldo de Souza, nós fizemos um acordo, e isso vem sendo mantido.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Não! O Ver. Dib já foi claro, o acordo foi feito para o que seria votado,
e não para a ordem dos trabalhos, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não é assim, Ver. Haroldo de Souza; não foi assim. A ordem foi mantida.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Não, o que se discutiu foi o que seria discutido na Sessão, e não a ordem
dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não, não é assim. Seria mantida a ordem e os Projetos na Ordem do Dia.
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
Eu gostaria de pedir que se mantivesse a tranqüilidade.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAES:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria de
cumprimentar-lhe por ter mantido esse pacto, que é muito sério, porque é feito
entre todas as Lideranças e entre a Mesa Diretora, de estabelecer os Projetos
que serão votados e a ordem dos trabalhos.
Eu queria fazer um comentário, neste momento de discussão preliminar de Pauta, em relação ao Processo nº 1576/01, com Substitutivo n° 01, que institui a Feira do Livro, do Disco e do Vídeo na Esplanada da Restinga, e dá outras providências, e ao Projeto de Lei do Legislativo n° 081/01, ambos de autoria do Ver. Adeli Sell.
Eu queria falar no rap,
no hip hop, nessa linguagem das ruas, de rebeldia, de denúncia social de
toda uma juventude que fica sem futuro, que não sabe o que fazer, que não tem
oportunidade de vida, e que acontece em todas as metrópoles do Brasil,
sobretudo no Rio de Janeiro e São Paulo, e que encontra na arte e na cultura
uma forma de auto-estima. Portanto, essa feira, além da auto-estima, ela também
dá uma força para a questão do emprego e da renda.
Nós, quando
trabalhávamos na Secretaria, criamos o Ateliê Livre no CAR - Centro Administrativo
Regional - da Restinga; um ateliê nos mesmos moldes do Ateliê Livre da
Prefeitura, aqui no Centro Municipal de Cultura, que funcionava nos três
turnos, sempre abertos; além disso, com oficinas de cerâmicas, oficinas de
desenho. E instituímos, com todas as regras, como deve ser, uma biblioteca lá
dentro do CAR. Então, já há o CAR, já há o Ateliê Livre, existem duas escolas
de samba, existem vários CTGs naquela região e uma atividade cultural muito
importante, e quero cumprimentar o Ver. Adeli Sell por este Projeto.
Quero dizer, neste um
minuto que me resta, que não ouvi o programa da Rádio Gaúcha hoje, com o Ver.
Adeli, mas perguntei ao Ver. João Carlos Nedel o que havia acontecido, e o Ver.
Nedel disse que o Ver. Adeli apenas se referiu a um fato que é verdadeiro nesta
Casa: que muitos Vereadores não dão andamento aos Projetos nas Comissões, e que
isso atrapalha, que isso emperra o funcionamento da Casa. Ele disse: “sentam em
cima dos Projetos”. E, infelizmente, isso acontece, mas nós podemos corrigir
com a maior tranqüilidade. Então, não foi aquilo que foi dito aqui
anteriormente, como se ele tivesse desmerecido todos os colegas desta Casa.
Quando eu era
Presidenta, fizemos a reforma do Regimento Interno, colocamos mais 10 minutos
para o Grande Expediente, tentando privilegiar o debate político. Mas concordo
com o Ver. João Antonio Dib e quero dizer mais uma vez: nós temos que diminuir
os comparecimentos, Presidente Elói, talvez a um por semana, se V. Exª
concordar, ou até regulamentarmos isso, e reduzir o número de homenagens. Eu
acho que isso é certo. Não estou culpando alguém. Todos fazem homenagens, é
evidente. Mas precisamos reduzir o número de comparecimentos, pois eu acho que
isso tem atordoado os trabalhos desta Casa. Temos que ter tranqüilidade para
fazer essa autocrítica, pois nós não estamos aqui só para receber entidades -
que são importantes, temos que reconhecer -, mas há um excesso disso. Então,
quero fazer essa defesa do colega e companheiro Adeli Sell, porque o Ver.
Nedel, que compareceu ao debate, disse que a crítica do Ver. Adeli foi com
relação a alguns Vereadores que não dão agilidade aos Projetos, apenas isso.
Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com
a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. João Antonio Dib está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Pauta é um
momento muito importante da Sessão, até porque os Vereadores deveriam tomar conhecimento
dos Projetos de Lei. Eu não vou analisar todos eles, mas eu vou passar por
cima.
O primeiro é do
Executivo, que dispõe sobre a autorização do Poder Executivo para conceder
redução da multa de mora para pagar, parcelar ou reparcelar créditos não-tributários
e dá outras providências. Eu não gostei da redação da Ementa, nem mesmo da
redação do Projeto, porque, na verdade, o Projeto é para que uma Autarquia do
Município possa fazer a mesma coisa que está fazendo o Executivo. Não sei se
ele não poderia fazer por um simples Decreto, já que nós autorizamos o Refis no
Executivo. Mas, de qualquer forma, a redação não é boa.
O Ver. Maurício
Dziedricki quer instalações sanitárias para as crianças nos shoppings, e
eu acho que é uma alteração do Código de Edificações que deve e pode ser
implementada.
O Ver. Elói Guimarães
quer uma alteração na publicidade, utilizando o mobiliário urbano. É um assunto
já muito estudado, merece o estudo, e eu vou fazer um estudo mais detalhado.
O Ver. Adeli Sell
quer a Feira do Livro, do Disco e do Vídeo na Esplanada da Restinga. Ele
já foi Secretário de Indústria e Comércio e não tem nem mesmo convicção no
Projeto que está apresentando, porque ele já apresentou um Substitutivo ao seu
próprio Projeto. Não há necessidade de Lei. O Secretário de Indústria e
Comércio pode fazer isso. Eu fui Secretário e sei disso.
O Ver. Maurício
Dziedricki quer estabelecer espaço para entidades beneficentes de atendimento a
pessoas carentes nas feiras municipais. Não há necessidade de lei; basta um ato
do Secretário Municipal de Indústria e Comércio.
O Ver. Ismael Heinen
quer disciplinar renovação de alvarás provisórios para estabelecimentos
localizados em área pendentes de regularização fundiária. Isso é um pouco mais
complicado. Vai ter de ser feita uma análise muito mais detalhada.
O Ver. Elói Guimarães
concede Título de Honra ao Mérito Atlético. A pessoa merece.
O Ver. Nedel
denomina, num mesmo Projeto, vários logradouros, o que é muito importante e
muito inteligente.
Este Vereador
apresenta um Substitutivo ao seu Projeto - Substitutivo n.º 01 ao PLCL n.º
015/00 - não por falta de convicção, mas porque o Projeto está aqui desde 2000,
e a Câmara não teve tempo de aprová-lo, não teve tempo de examiná-lo, e eu não
vou querer pedir o art. 81, mas, se me forçarem, eu faço isso. Eu quero fazer
com que as regularizações de imóveis se tornem mais fáceis, até porque a
Prefeitura, nos últimos 16 anos, tem muitas culpas. É muito difícil aprovar e
licenciar um projeto. Muitas vezes, depois de aprovado o e licenciado; iniciada
a obra, eles diziam que não podia fazer. Então, acho que o Projeto é
importante.
O Ver. Adeli Sell
quer a Feira do Disco Vinil. O Secretário de Indústria e Comércio pode fazer, e
ele sabe disso. Não precisa de Lei. E ele não tinha convicção no seu primeiro
Projeto; está fazendo um Substitutivo.
Mais um Substitutivo
aqui, agora do Ver. Bernardino Vendruscolo, em relação ao Código de Limpeza
Urbana. Provavelmente esteja correto; eu não estou em condições de analisá-lo
com profundidade.
Os Vereadores
Bernardino Vendruscolo e Raul Carrion desejam oficializar, no âmbito do
Município, a Semana Farroupilha. Está oficializadíssima. A Sessão Solene no
Acampamento Farroupilha foi feita neste ano.
A Verª Sofia Cavedon
regulamenta o funcionamento das audiências públicas convocadas pelas Comissões
Permanentes e Temporárias da Casa. Não sei como é, mas amanhã teremos uma, na
qual o povo poderá apresentar Emendas, o povo poderá discutir com os
Secretários e com os Vereadores o Orçamento do próximo ano.
E o Ver. Carlos
Comassetto está instituindo uma homenagem ao Sr. Clemente Viscaino. Esses são
os Projetos na Pauta do dia de hoje, e a maioria deles não será votada até o
final do ano. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres colegas Vereadoras e Vereadores,
público que nos assiste - hoje em grande número -, nobres integrantes da
imprensa, eu vou aproveitar este espaço, primeiramente, me solidarizando com a
preocupação do Ver. João Antonio Dib quanto à regulamentação fundiária da
cidade de Porto Alegre. Eu já tenho como
norma, todos os finais de semana, visitar um lado da periferia da Cidade, e nós
encontramos realmente um número assustador de problemas fundiários, em Porto
Alegre, Ver. João Dib. Com isso, nós não estamos perdendo apenas a oportunidade
de ter cidadãos legais morando em Porto Alegre, mas, principalmente, estamos
perdemos Receita.
Ontem eu estive em
duas vilas de Porto Alegre, onde a comunidade está se mobilizando - logicamente
que terá que ter ajuda do Poder Público - para que sejam legalizadas todas
aquelas invasões de outrora. Nós temos que dar um jeito de fazer com que elas
estejam dentro dos parâmetros da Lei. Porém, nós não podemos sacrificar aqueles
que hoje estão morando em localidades, onde não possam fazer a regularização,
onde não possam ter sua padaria, sua farmácia, o seu barzinho localizado
naquela área que não está regularizada por falta de habite-se.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. José Ismael Heinen, veja V. Exª que eu disse que a
regularização fundiária era algo muito importante e que teria de ser muito bem
discutida. Mas eu confesso que não conheço detalhes desses prédios que teriam
farmácia, padaria, sapataria, loja, enfim, eu não conheço os detalhes, mas o
assunto é importante. E isso eu disse claramente.
O SR. JOSÉ ISMAEL
HEINEN: O único óbice, nobre Vereador, é o habite-se. E
não pode ter habite-se, porque a área não está regularizada. Área que não está
regularizada não pode ter habite-se. No restante, não há nenhuma prerrogativa;
é conforme manda a Saúde. Eles só precisam é dessa autorização do habite-se, para
que possam se regularizar, ter o alvará e pagar o imposto.
Quer dizer que eles
terão que se enquadrar, logicamente, nas demais necessidades que a Lei exigir.
Inclusive existe uma Resolução do Município, mas uma Lei é muito mais
importante, porque uma Resolução, um Secretário, o Prefeito, na hora em que ele
quiser, acaba com a Resolução. Então, eu peço aos senhores uma atenção toda
especial, porque, se nós também começarmos a incentivar essa regularização de
alvarás, também estaremos juntos batalhando, devido aos prazos exíguos, para
dar o pleno direito fundiário àqueles que ainda não o têm, quer dizer, a
regularização de área, onde faltam detalhes, falta apenas, de repente, vontade
política para podermos fazer a sua regularização, para, daí sim, terem o seu
habite-se e um alvará competente.
Até, logicamente,
para que a população de Porto Alegre, que resida nessas áreas, não seja
penalizada, sugiro esse alvará provisório. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente Ver. Elói Guimarães, colegas
Vereadores, colegas Vereadoras, público que nos assiste, do conjunto de
Projetos em Pauta, já nominados um a um pelo Ver. João Antonio Dib, vou me
referir ao Projeto do Ver. José Ismael Heinen, que disciplina a expedição ou
renovação de alvarás provisórios para as áreas irregulares.
Primeiro quero dizer
que todos aqueles que têm seu comércio hoje em áreas irregulares podem ir lá e
tirar o seu alvará provisório por seis meses. Isso foi feito por um Decreto
Municipal, elaborado pelo Prefeito João Verle no final do ano passado. Claro
que a Lei vem a qualificar e estruturar isso. Quero contribuir com o debate, para
dizer àqueles que estão nos ouvindo que não precisam esperar a aprovação da
Lei; já podem fazer isso, hoje, pelo Decreto Municipal que dá sustentação e
assumirem o compromisso de desencadear o processo de regularização predial e
fundiária do seu imóvel, porque também não dá para regularizar o irregular, se
este não se compromete a buscar a regularização.
O segundo Projeto do
qual quero falar aqui é o Projeto de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, e
aproveito para dialogar com os trabalhadores da limpeza pública municipal, que
aqui estão, porque o Projeto do Ver. Bernardino traz alterações no Código
Municipal de Limpeza Urbana e propõe que seja feita a divulgação, na Internet,
dos roteiros de varrição e capina dos logradouros públicos. Acho que esse processo
é muito interessante e valioso para que o trabalho daqueles que, anonimamente,
atuam na Cidade, diariamente, seja visto.
Porém, volto a dizer
aqui o que já disse na Sessão passada, senhores trabalhadores: para que isso
possa acontecer, tem que haver Internet disponível na Cidade e nas comunidades
de periferia, para que as pessoas e as escolas possam assim fazer. Quando mudou
o Governo, foi dito, com todas as letras, que o que estava bom iria continuar,
e o que não estava iria ser consertado, mas, no que diz respeito ao tema
Telecentro, foi feito o contrário. Nós tínhamos 35 Telecentros em atuação na
cidade de Porto Alegre, 15 deles foram fechados, sendo que dez deles ainda
continuam fechados, quase dez meses depois que iniciou este Governo, e centenas
de jovens estão lá, sem poder entrar na Internet, nas diversas comunidades.
Queremos justificativa
de por que isso está acontecendo, e, para que o trabalho dos senhores seja bem
visto por todos, deve haver a justificativa do fechamento desses equipamentos
públicos construídos e constituídos com o dinheiro público. O nosso Secretário
Municipal de Direitos Humanos e Segurança Pública disse que foi fechado, porque
a burocracia não permitia que eles ficassem abertos.
Ora, será que uma
associação de moradores, se não estiver com sua ata totalmente regularizada,
não pode continuar oferecendo um benefício a centenas de jovens com a confiança
que se estabeleceu com as entidades comunitárias e populares? Eu quero que a
base governista venha aqui responder por que os dez Telecentros estão fechados
há mais de dez meses!
Esse Projeto do Ver.
Bernardino Vendruscolo só será eficiente se nós tivermos esses equipamentos
públicos à disposição da sociedade. Ou será que nós vamos aprovar mais um
Projeto para dizer que vai piorar o que não está bom? Não, não podemos dizer
isso, até porque nós concordamos com a premissa de qualificar o que não está
bom. E nós estamos aqui para ajudar a qualificar. E quando o Secretário
Municipal vai para a imprensa dizer que quer um milhão e 700 mil reais do
Governo Federal para abrir mais Telecentros, o que ele está querendo dizer é
que quer dinheiro público federal para manter os mesmos que nós tínhamos
aberto.
Portanto nós, da base
do Governo Federal, apoiamos que se busquem recursos, mas que, antes, se abram
esses Telecentros que ficaram prontos, para que trabalhos como esse do setor de
varrição do DMLU - um trabalho magnífico realizado por trabalhadores anônimos -
possa ser lido, visto e entendido por toda a sociedade, mesmo que nós tenhamos
de discutir na continuidade, aqui, a política salarial que acaba com vários
benefícios públicos já conquistados.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, o pedido
de verbas que não tenha a contraposição do aumento dos Telecentros, isso aí se
chama vigarice. O Governo que está ali não compactua com vigarice, jamais faria
isso e, quando receber verba, vai aplicá-la, especificamente, naquilo. Se o
senhor souber de alguma vigarice, por favor, denuncie, porque aí nós também
vamos juntos denunciar. Agora, preconceber a vigarice, isso eu não vou aceitar,
o senhor me desculpe.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Sebenelo. Nós estamos aqui
para denunciar as vigarices, entre elas o dinheiro público aplicado em 35
Telecentros que foram fechados e até hoje não reabertos. Justifique-se por que
estão fechados. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Desiste. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o
Ver. Dib se preocupou, e eu também, porque começa a se criar uma cultura, aqui
no Município, pelo jeito, transferida e herdada de uma cultura de alguns
governos no Estado, que é a cultura da isenção.
Eu
sei que não é bem nesse sentido que o Ver. Dib discorda do Projeto do Executivo
que chega aqui, na redução da multa; até pode ser que tenha alguma razão de
ser, mas essa não é uma política que tem sido efetiva, que tem resolvido o
problema financeiro dos Estados, a política de dar isenção de impostos, de ser
conivente com o não-pagamento, de não haver uma estrutura efetiva, eficaz de
cobrança de impostos, que garanta o
Estado público e, depois, vêm as farras de isenções, como nós temos
assistido no Estado do Rio Grande do Sul, o que tem sido dramático, nefasto
para a economia do nosso Estado.
O Rio
Grande do Sul foi o único Estado a ter queda no crescimento industrial. Todo o
País crescendo, e nós em queda.
O
tarifaço do Rigotto, que tenta compensar, está
demonstrando que o Estado mais paga conta e entra em paralisia. O Governo
Municipal entrou com o Refis aqui...
Nós construímos
juntos o Projeto, apostando no crescimento de Receita para o ano que vem, e o
Orçamento que vem para cá não amplia Receitas. Assusta-nos, senhores
funcionários, a paralisia deste Município, e, se continuar essa política de só
promover isenção, redução de multa, redução de juros, em que situação nós
estaremos nos próximos anos?
Nós queremos, sim, um Governo
corajoso, que saiba justamente fazer justiça social, cobrar mais impostos de
quem pode mais; menos de quem não pode pagar. E essa é a forma de financiar o
Estado público: o Estado tem que ser forte, saneado e com capacidade de
investimento, e não um Estado que passa a mão por cima das contas, das dívidas,
que faz a farra da isenção, do incentivo fiscal e, na verdade, não recupera
crescimento.
Aproveito este tema, o das
multas, para lembrá-los, Ver. Sebenelo, porque aqui, há pouco, o Ver. Haroldo
dizia no microfone: “E a dívida? E o retorno dos recursos da Lei Kandir?” Pois
quero lembrá-los de que foi o mesmo PMDB, que hoje governa o Estado, que
anunciou que fez a melhor negociação da dívida do Estado do Rio Grande do Sul.
E a dívida do Estado do Rio Grande do Sul tem diminuído, o percentual que o
Estado tem pago tem diminuído: em 2002, era de 14% a relação do pagamento da
dívida com a Receita Corrente; em 2004, de 12%. O Governo Lula, que, pela Lei
Kandir, não tinha que repassar nada, pelo negócio feito e cantado pelo
Governador Britto e pelo Sr. César Busatto, Secretário da Fazenda na época,
dizendo que foi a melhor negociação do Rio Grande do Sul aquela negociação de
dívida - e na Lei Kandir foi aprovada pelos mesmos Partidos, contra o nosso
voto -, não tinha que retornar nada para o Rio Grande. O Governo Lula está
retornando todo ano um valor maior – está aqui o gráfico. Portanto não se
queixem! Parem de se queixar das outras esferas e governem! Governem produzindo
crescimento, tanto em Porto Alegre quanto no Estado! Mostrem que são capazes de
enfrentar as dificuldades financeiras que o País inteiro vive com
responsabilidade, eficácia e com capacidade de promover crescimento e parando de
trabalhar só com isenção. Parece que o Estado não precisa de recursos!
E, ao lado disso, o
que é que vem? As PPPs. “Ora, transfere para a iniciativa privada, que a
iniciativa privada faz, ou parceria ou constrói creche, ou é a parceria para
consultoria.” Isso significa abrir mão de governar, abrir mão da
responsabilidade de responder à eleição pela qual foram investidos para
responder pelo Estado público.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Nobre Verª Sofia, eu quero dizer a V. Exª que, na Administração
passada, muitas dívidas caíram em prescrição, foram prescritas, ninguém mais
paga. Agora é justo fazer o parcelamento, eventualmente, porque nem todas as
pessoas devem porque querem dever; muitas vezes, as pessoas - eu fui Diretor do
DMAE por duas vezes - têm dificuldades de provar aquela conta que está
apresentando excesso de água; muitas vezes, as pessoas não podem pagar, porque
ficaram desempregados. Então, é justo que se dê o desconto da multa e de juros
para que ela possa parcelar e pagar. É tão justo que até o Presidente Lula
parece que liberou as contas de Cuba e de outros Países africanos, e foi uma
coisa que ele fez unilateralmente, nem o Congresso ele ouviu.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Para concluir, nobre Vereadora, o
tempo está vencido.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Apregoamos a Subemenda nº 02 à
Emenda nº 01, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, ao PLE nº 010/05.
Apregoamos a Emenda
nº 23, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, ao PLE nº 010/05.
Apregoamos a Emenda
nº 24, de Liderança, ao PLE nº 010/05.
O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Eu já havia me inscrito em Liderança, Presidente,
anteriormente. Eu queria, mais uma vez, saudar a todos, à assistência, ao
público presente, e venho aqui para discutir, porque não podem passar em branco
algumas coisas.
O Ver. Haroldo falou
no valor de 900 milhões de reais que o Governo Federal estaria devendo
para o Rio Grande do Sul, referentes aos programas vinculados à Lei Kandir, Lei
Kandir, inclusive, que era elogiada pelo Governador Britto e que era modelo do
então Presidente Fernando Henrique Cardoso. Só que se engana o Ver. Haroldo,
porque não são 900 milhões para o Rio Grande do Sul o que está em debate; são
900 milhões para todos os Estados do Brasil, e há dúvidas e questionamentos.
Portanto, ao Rio Grande do Sul, Ver. Sebastião Melo, na melhor das hipóteses,
caso tivesse razão o Governador, caberiam 90 milhões de reais, e não 900
milhões, conforme foi dito.
(Aparte
anti-regimental.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sessenta milhões de
reais, talvez, um percentual bem menor, na melhor das hipóteses. Então, vamos
ter claro isso.
Quero também fazer um registro de
que a eficiência desta Casa não se dá pela quantidade e pelo volume de projetos
aprovados; ela se dá, sim, pela qualidade dos Projetos que devem ser aprovados,
porque de nada adianta aprovar um volume imenso de Projetos com nenhuma
eficácia, com nenhum resultado ou com nenhuma importância. O que importa é que
os Projetos possam mudar, possam ajudar e possam melhorar a Cidade; e o papel
principal desta Casa está em fiscalizar e controlar o Poder Executivo. Eu já
falei aqui, em outras ocasiões, que, em países avançados como, por exemplo, a
Suíça, aprovam-se três, quatro Projetos de Lei por ano. O que importa é que
sejam Projetos que eles acumulem positivamente, e não Projetos apenas para
constar.
A terceira questão
que eu não posso deixar também de comentar é o balanço que foi divulgado num
importante jornal, quinta-feira, relativamente aos 300 dias do novo Governo, o
Governo liderado pelo Prefeito José Fogaça, que, na minha opinião, é um balanço
bastante precário para aqueles que se apresentaram como pessoas que trariam
grandes transformações à Cidade.
Vou citar um caso
apenas, que aparece como a única coisa que está acontecendo no Governo, pela
reportagem do balanço do referido jornal: a obra de captação de água bruta,
Ver. Dib, do DMAE, na Tristeza, obra inclusive criticada ferozmente por um dos
candidatos a Prefeito, à época, que dizia que nós estávamos desperdiçando
dinheiro, que éramos incompetentes, que estávamos captando água de onde não
devíamos, e fazia todo um movimento para que se estendessem as captações aqui
para o rio Jacuí, para o arroio das Garças. No entanto, está ali o Governo
cumprindo o nosso Projeto, cumprindo o plano que nós elaboramos, fazendo dessa
a única obra que apresenta para a cidade de Porto Alegre em 300 dias de
Governo!
Então, é bom que se
registre que muito se disse, muita demagogia foi feita, muita inverdade foi
dita, muita coisa se prometeu, mas a realidade dos fatos é que, praticamente,
nada se fez; e não sou eu que estou dizendo isso; foi o jornal Zero Hora, um
jornal insuspeito para falar do Governo. Estão lá: ações na área da criança e
do adolescente, nada; na área do desenvolvimento econômico, nenhuma ação; na
área da Saúde, uma única equipe do Médico da Família; em outras áreas,
absolutamente nada. Isso é a Zero Hora que diz, é público!
Lamentamos, porque
esses parecem ser os 300 dias que a Cidade ficou parada, se não andou para
trás. É importante, porque a coligação vencedora, que é amplamente majoritária
aqui nesta Casa, disse que tudo que era bom iria ser mantido, e que muito mais
iria ser feito, mas, infelizmente, de público, o que o jornal diz é que,
praticamente, nada aconteceu. E sequer fomos ouvidos, sequer pudemos dar a
nossa opinião. Esperamos que o Governo comece a governar. Um abraço.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, o Partido dos Trabalhadores promoveu, nesta tarde, um desfile,
dando vazão a seu imenso complexo de culpa por ter cortado a bimestralidade,
fazendo uma crítica aqui à questão do desenvolvimento industrial do Estado. Mas
pode alguém do Partido dos Trabalhadores criticar o desenvolvimento industrial
do Estado, quando manda a Ford embora do Rio Grande do Sul? Quando “joga pela
janela” 10 mil empregos? É tão vangloriado esse tal de Orçamento Participativo,
que gerou um Fórum Social na Capital! Quantas vezes, em nível estadual e
nacional, foi adotado o Orçamento Participativo?! Quantas vezes o Lula citou o
Orçamento Participativo?! Alguma vez vocês ouviram o Presidente da República
falar em democracia participativa - esse pequeno monarca que está aí, há três
anos, infelicitando este País?!
Dizem que o Brasil,
desde que foi descoberto, foi governado pelas direitas, o que é verdade, e que
toda a infelicidade do País se deve à hegemonia permanente das direitas! Mas,
agora, é inegável que o País é governado pelas esquerdas! E o que nós vemos? A
instalação do maior “propinoduto” e da maior crise moral de toda a história do
Brasil, desde o seu descobrimento!
Então, nós vemos,
agora, que começam a aparecer narcotráfico, petróleo, Cuba, assassinatos,
“propinodutos”, patrimonialismo, em que as estruturas partidárias se misturam
com as estruturas de poder, em que o patrimônio da Nação parece que é
propriedade de um Partido no País! Estão todos querendo pegar um grão de areia
que cai no olho do vizinho, e não percebem que há um tronco caído no seu
próprio olho!
Ora, dizer quem
venceu em Porto Alegre! Mas quem perdeu em Porto Alegre?! Quem perdeu em Porto
Alegre foi a arrogância! Foi a incompetência! Foi a negação de todos os seus
erros crassos, gravíssimos, acumulados durante 16 anos em Porto Alegre! Sequer
fomos ouvidos! Ora, se nós iríamos ouvir os que ganharam no Estado, os que
ganharam na Prefeitura, os que ganharam na Câmara Federal, essas derrotas
políticas todas, com o Partido vendo desabar a sua cúpula! Ora, esse discurso
arrogante, essa falta de humildade em reconhecer os seus próprios erros! E
vejam que a Bancada de situação, aqui, nesta Casa, tem aceitado as críticas;
tem, muitas vezes, não só aceitado, mas comentado as críticas, porque,
realmente, há coisas que estão erradas e que nós vamos corrigir. E se nós não
pudermos corrigir como Governo, nós, pelo menos, vamos tentar; a pior coisa
seria cruzar os braços. Então, esse tipo de crítica aleivosa, destrutiva, não
leva a nada, quando há por trás uma Cidade inteira esperando por todos nós. Não
é essa a postura adequada, quando nós vemos que o “império”, lá em Brasília,
Sr. Presidente, está, há mais ou menos um ano, desabando e, no seu desabamento,
levando de roldão não só os interesses de um Partido político, mas a esperança
do povo brasileiro.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, o art. 2º da Lei Orgânica do Município diz que o Executivo e o
Legislativo são dois Poderes independentes e harmônicos. É claro que não diz
com todas as letras que ambos são responsáveis pela condução dos serviços da
Cidade. Eu acho muito estranho que as Lideranças petistas - hoje se completam
10 meses do Governo Fogaça - queiram todas as coisas na mais perfeita ordem,
como se tivessem deixado a Prefeitura na mais perfeita ordem também.
No primeiro ano, o
Governo do Sr. Olívio Dutra – tenho muito boa memória; não quero começar a
desfilar fatos aqui, mas poderia fazer isso durante uma semana inteira –
encontrou algumas dificuldades financeiras. Mas a Constituição resolveu seus
problemas, aumentando impostos, criando impostos, dando novos valores, novas
alíquotas, e, no 13º mês - vejam só, o número 13 -, o Prefeito de Porto Alegre
resolveu parcelar o salário dos municipários, alegando não ter 70 milhões de
cruzeiros para pagar no dia 31 de janeiro. E eu teimava que ele tinha, porque
eu gosto de fazer o acompanhamento da execução orçamentária; eu teimava que ele
tinha o dinheiro, só não podia provar. Então, ele parcelou: em 31 de janeiro,
ele pagou uma parte do mês 13; em 06 de fevereiro, a segunda parte, e a terceira
parte seria paga no dia 15 de fevereiro. No dia 03 de fevereiro, um amigo meu
vai ao banco e coloca dez mil cruzeiros em overnight, pega o recibo e
vai embora. Chega em casa, verifica o recibo, que é de 107 milhões de
cruzeiros. Cento e sete milhões de cruzeiros de uma Prefeitura que não tinha
70, mas estava já massacrando os servidores municipais, ameaçando, ao longo de
16 anos, cortar a bimestralidade: “se falarem, nós faremos isso”. Fizeram
sempre!
Em julho de 1991, o
Prefeito Olívio Dutra aprova uma Lei com urgência, em convocação extraordinária
da Câmara, que retroage a Lei, que rouba o dinheiro dos municipários, porque já
estava no bolso deles no dia 30 de junho. Ele retroagiu a Lei. Esqueceu de
retroagir a Lei para o seu próprio salário. Eu não tive dúvidas, eu o lembrei
de que ele tinha que aplicar no seu salário, mas deixei passar três meses,
porque eu sou, às vezes, malvado, e aí ele teve de devolver o que ele recebeu
três meses a mais. Mas ele tirou 30% do poder aquisitivo dos municipários.
E, como eu disse,
posso expor coisas durante uma semana inteira aqui, mas eu vou colocar sobre os
três últimos dias de Governo do Sr. Olívio Dutra. Olívio Dutra, que havia feito
uma barbaridade com a Fundatec, três dias antes de sair, o Sr. Campani faz um
contrato com a Fundatec para estudar um motor de explosão.
Ora, o Departamento
de Limpeza Urbana não tem recursos para sobrevivência própria; não tem, precisa
do dinheiro da Prefeitura, vai estudar motor de explosão. Claro que explodiu o
motor, mas, no dia 28 de dezembro de 1992, assinaram o contrato, e a pressa foi
tanta que, em vez de pagar os 112 milhões de cruzeiros para a Fundatec, pagaram
para a Cientec. Claro que a Cientec devolveu, e o motor explodiu.
Como eu disse, é melhor somarmos
os nossos esforços para fazer uma Porto Alegre melhor. Tem gente muito
competente do lado de lá. Não adianta ficar brigando com o Prefeito Fogaça, que
encontrou a Fazenda com os computadores deletados. Não há nada nos
computadores! Onde está o dinheiro da Prefeitura? Para quem a Prefeitura deve?
O que a Prefeitura tem para receber? Não se sabia! Dez meses depois, eles
querem a perfeição!
Eu acho que, juntos, temos de
somar para que Porto Alegre, que espera dos 36 Vereadores um trabalho
produtivo, ganhe esse trabalho que esperam de nós. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Aldacir
Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, demais presentes, como professora, como
educadora, venho a esta tribuna profundamente preocupada com as notícias que
estão veiculadas no jornal Zero Hora de hoje, na página 31. Diz o seguinte
(Lê): “Via Campesina teria aliciado adolescentes para protesto. A polícia de
São Lourenço do Sul pretende ouvir hoje os depoimentos de sete adolescentes que
teriam sido aliciados a participar da invasão de uma empresa, em Esteio, sem a
autorização dos pais. A queixa foi feita por sete mães, na quinta-feira.
Segundo o Delegado Armando Selig, que abriu inquérito para investigar a
suspeita de corrupção de adolescentes, as famílias registraram ocorrência. Um
líder comunitário da cidade, que teria convidado os adolescentes, entre 12 e 17
anos, para irem ao protesto promovido pela Via Campesina, em Esteio, na
quarta-feira, foi identificado. O Ministério Público já foi informado sobre o
caso.
Eu faço aqui o meu veemente protesto, Ver. Todeschini, porque eu já fui
vítima de aliciamento de alunos de dez anos de escolas particulares, segundo
uma companheira nossa, aqui, que sequer sabiam o que era calendário rotativo,
mas que, como numa seita, eram impelidos a fazer o movimento “Fora Neuza”. Por
que “Fora Neuza”? Por que incomodava? Porque estava fazendo um trabalho sério.
E isso nós não podemos permitir. Se alguém tem que sair em movimento para pedir
fora a alguém, ou para se manifestar, é fora para esse Presidente Lula, que
está no mundo da lua, porque não sabe nada, não viu nada, não viu o irmão, não
viu o filho, e o tráfico de influências que corre solto. Por que o Presidente
Lula veio a perdoar a dívida de Cuba? Hoje nós temos aí a explicação. Por quê?
Porque veio dinheiro para a sua campanha! Não há outra explicação. Agora nós
juntamos os pauzinhos e entendemos por que ele é tão benevolente, perdoa a
dívida aqui, perdoa ali. E eu, quando falo isso, sou solidária com aqueles
Vereadores que aqui estão e nada têm a ver com o processo que está ocorrendo,
mas tenho certeza de que, como pessoas éticas e morais, sentem vergonha quando
o Presidente da República diz que não sabe, não ouviu falar. Tenho pena de quem
acreditou que pudesse vir uma profunda reforma, e agora tem essa decepção.
Tenho pena de dois irmãos que estão querendo resgatar a verdade sobre a
morte do Celso Daniel e são quase tratados como embusteiros. Quer dizer, quem
vai querer andar lutando ali? Eles não estão preocupados
nem mesmo em admitir que o irmão tenha participado de coleta de recursos
indevidamente e de cobrança de recursos de empresas. Quer dizer, eles estão
expondo o irmão, mas eles querem a verdade sobre a morte.
Então, aqui o meu
veemente protesto, não podemos utilizar as crianças menores de idade como massa
de manobra de interesses espúrios.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, a nossa
saudação, especialmente ao Secretário do PT, meu amigo, Presidente do PT de
Porto Alegre, Chico Vicente, meu abraço. Quero dizer que há um velho ditado que
diz o seguinte: “A melhor defesa sempre é o ataque”. E os nossos queridos
amigos aqui do PT, que representam esse Governo neoliberal recauchutado,
desfilaram para se referir a uma série de questões que o povo está cansado de
ouvir, Sr. Presidente. O povo está querendo políticas públicas que traduzam, na
prática, melhor qualidade de vida para as pessoas, para o dia-a-dia do cidadão.
Mas eu quero
enfrentar o que os Vereadores do PT colocaram lá e aqui. Por exemplo, Ver.
Gerson Almeida, não foi este Vereador que isentou, nesta Casa, a Ulbra! Foi a
Bancada do PT, junto com outros, que deu isenção para a Ulbra, e depois vêm
falar em ética e que o Governo que está aí está isentando. Quem é que deixou
esse rombo da dívida da UNIMED com o ISS? Foi o Governo do Fogaça ou foi o
Governo de Vossa Excelência?
(Aparte
anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O SR. SEBASTIÃO MELO:
Vereadora Sofia, venha aqui explicar, pois V. Exª
sabe que renunciaram milhões de reais nesta Cidade! Ou está achando que aqui as
coisas passam batidas? Não! Agora um Governo que tem o juro mais alto do mundo
e que se elegeu, dizendo que ia cortar o juro por 1/3 e que ia governar para os
pequenos, agora está sentado no colo da banqueirada! E dizer que tem autoridade?
Desculpe-me, Verª Sofia, eu já tinha uma certa convicção, mas, depois da
reportagem de hoje, tenho mais convicção ainda de que o grande tesoureiro da
campanha não foi o Delúbio; foi o Palocci, o Ministro da Fazenda! Vejam que
País é este em que o Ministro da Fazenda foi chefe da arrecadação do
caixa-dois! E mais: o chefe da moeda, que é o Presidente do Banco Central, está
sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal, no Governo da ética, da
transparência, do Governo que governa para os pequenos, o Governo Lula!
Ver. Carlos
Todeschini, V. Exª sabe que não se exporta imposto, a Lei Kandir é uma boa Lei;
os senhores vivem usando os espaços de televisão e de rádio para dizer que a
balança comercial está muito bem, mas é graças aos Estados exportadores como o
Rio Grande, que, per capita, é o que mais exporta. E o senhor acha justo
que o exportador não pague, que seja gerado um crédito a ele, e depois quem tem
que pagar esse crédito é o Estado do Rio Grande do Sul, que está liquidado? O
Estado em que o Governador Rigotto teve que fazer um intensivo de três meses de
estudo em arqueologia, porque ficou em ruína, porque deixaram quatro bilhões e
700 milhões de reais de rombo! Anteciparam o ICMS, Presidente, foram lá em
Brasília e pegaram 260 milhões dos 900 milhões de reais das estradas federais e
disseram: “as estradas são conosco”, e as estradas estão esburacadas. Eu me
lembro que o Dr. Gautério, Diretor da Susepe, teve que se socorrer de um
emergencialíssimo contrato para comprar os pães do Presídio Central, porque
sequer as padarias do Rio Grande vendiam mais para o Governo do Estado quando
terminou o Governo Olívio! E aí os senhores vêm aqui falar o quê? Quem deve
explicações, neste momento, são os senhores. Desculpe-me, Todeschini, os
senhores se elegeram com o voto da pobreza, da miserabilidade, vendendo
esperança para o povo de que outro Brasil era possível, de que um outro País
era possível. O que os senhores gastam de juros por dia não se investe em um
ano na habitação! O que os senhores gastam de juros em 30 dias não se aplica em
Saúde pública! E os senhores vêm aqui, com esta cara-de-pau, dizer isso?
Desculpem-me, eu estava tranqüilo, há dias não falava, mas eu não posso ver um
festival de falsas acusações para tentar explicar esse lamaçal do Ministro da
Fazenda, que é o grande tesoureiro do PT!
Então, por isso, Sr.
Presidente, quero dizer que o Rio Grande do Sul, sob o comando de Germano
Rigotto, é um Governo empreendedor, que atraiu 16 bilhões de reais de
investimentos; é um Governo que trouxe 140 projetos pequenos, médios e grandes
para o Rio Grande do Sul, enquanto os senhores expulsaram os investimentos
privados daqui. Este é um Governo em que o senhor não viu nem uma linha, nem um
comentário, dizendo que houve um desvio de parafusos nestes três anos de
Governo; ao contrário do que acontece na República, sob a liderança do PT
neoliberal recauchutado. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, pessoas que nos assistem
na tarde de hoje, uma saudação especial aos municipários aqui presentes – que
já estiveram em maior número e não são tantos agora -; pessoal do DMLU, da PROCEMPA
e todos que assistem de suas casas, eu queria, em primeiro lugar, na minha
fala, fazer uma referência ao dia de hoje, aprovado por esta Casa como o Dia
Municipal da Literatura e do Folclore. Esta data coincide com o nascimento do
nosso grande poeta pátrio Carlos Drumonnd de Andrade, já é o Dia Estadual da
Cultura e é o Dia Nacional da Cultura.
Apesar disso, nos
últimos anos temos visto que setores do comércio e da indústria têm induzido as
pessoas a comemorarem, nesta data, o Dia das Bruxas ou até – não na língua
pátria – o halloween. Vê-se na imprensa, vê-se nas lojas, e cada vez
mais nós vamos perdendo as nossas raízes culturais e cultuando uma data que não
tem absolutamente nada a ver com a nossa terra, com a nossa gente, com a nossa
maneira de ver, de sentir e de agir.
Dentro de algum
tempo, com essa aculturação, se não enfrentarmos essa situação, em vez, de
estarmos comemorando o Sete de Setembro, estaremos, certamente comemorando o
Quatro de Julho, que é o aniversário da Independência Norte-Americana, que é o
império que nos impõe a sua cultura, a pior parte dela, as suas mercadorias e os seus capitais.
Por isso o nosso Projeto, aprovado por esta Casa, transformado na Lei nº
9.581/04, propõe que, nas escolas, nas instituições culturais, Ver. Ibsen, e
nos demais órgãos, se realizem atividades referentes à nossa Literatura, às
nossas lendas, às nossas tradições e ao nosso folclore tão rico e tão
importante, com concertos, solenidades, leituras dramáticas, peças teatrais e
assim por diante.
Nós encaminhamos ao Governo Estadual e ao Governo Municipal a nossa Lei,
a proposta de atividades. Creio que, ainda neste ano, não teremos aquilo que
gostaríamos, mas, certamente que, com o engajamento dos setores culturais e com
esta Casa, nós vamos conseguir suplantar essa visão aculturada que,
infelizmente, ainda reside na cabeça de alguns.
O segundo tema que eu gostaria de tratar é sobre esse debate acerca do
momento vivido pelo País: a situação do embate contra qualquer tipo de
corrupção, pela punição dos corruptos. Mas eu queria chamar a atenção, Ver.
Todeschini, que a corrupção de hoje, sim, deve ser combatida e punida. Mas a de
ontem e de anteontem também, porque só os ingênuos, os incautos acreditam que o
problema da corrupção é um problema dos dias de hoje. Aliás, as investigações
têm mostrado que o DNA dessa corrupção está lá nesses Governos das elites
dominantes, que há décadas se adonaram do Estado.
É preciso dizer que a maior corrupção que este País viveu foi quando
entregaram todas as estatais deste País, os bancos, as ferrovias, as rodovias,
as indústrias do campo petroquímico e tudo mais; 200 bilhões que foram
entregues, milhares de empregos foram liquidados no interesse, no altar do
lucro das multinacionais.
Naquele momento, surgiu a proposta da CPI da Corrupção. Estão até hoje lá
dormitando 22 CPIs solicitadas e impedidas pelo Governo Fernando Henrique, nos
oito anos do reinado do Príncipe das Trevas. Agora, no Governo Alckmin, 45 CPIs pedidas. Onde é que estão os que defendem com tanto ardor a punição
da corrupção, e o Proer, e a CPI do
Banestado e todos esses casos que nunca foram investigados? Então, vamos
entender o que está em jogo. O que está em jogo são dois projetos: o projeto de
retorno do neoliberalismo que entrega a Petrobrás, que entrega o Banco do
Brasil, da Caixa Econômica, que nós conseguimos impedir de entrar na ALCA e
fazer o Brasil Colônia, ou o projeto das mudanças deste País. E nós temos lado,
companheiros, não vamos ser enganados por esses que assaltaram e assaltam o
dinheiro público e agora vêm dar uma de vestais. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURÍCIO
DZIEDRICKI: Exmo Sr. Presidente, Sras. Vereadoras,
Srs. Vereadores, público que nos acompanha na Sessão de hoje e aquele que nos
assiste pelo canal da TVCâmara, eu venho à tribuna em tempo de Liderança
registrar algo que tenho acompanhado na nossa Cidade, que é o desenvolvimento
com a comunidade e a atuação dos Secretários Municipais, Verª Margarete Moraes,
o desempenho das diversas Secretarias frente aos problemas de cada comunidade.
Aconselho, inclusive, a senhora a nos acompanhar no desenvolvimento do Programa
Governança Solidária, com o Secretário Busatto e com todos os Secretários
Municipais, enfrentando os problemas de frente, sem se esquivar, sem se omitir,
participando e ouvindo, antes de mais nada, a comunidade nas suas principais
reivindicações.
Eu tive a
oportunidade de acompanhar isso em dois momentos, e logramos um êxito fenomenal
pela relação imediata que têm as Secretarias, o Executivo, os Vereadores que
nos acompanham e a comunidade.
Mas o que me traz
aqui e me chama atenção são os diversos discursos entusiasmados, inflamados
sobre o problema da corrupção nacional. E vejam vocês, os que hoje estão lá,
que abusam e usam dos “valeriodutos”, do dinheiro de Cuba, do dinheiro de
ditadores, do dinheiro construído em cima do sangue de seres humanos, hoje vêm
aqui apontar fatos do passado, apontar discussões que são estéreis, que não
produzem nada, a menos que, como diz um jovem pensador político, Gustavo
Ioschpe: “As crises políticas terão sido proveitosas, senão apenas, mas
principalmente, se tirarmos dos cargos fulanos ou beltranos, que são liderados,
que conduzem essa massa, que hoje é massa de manobra, mas, sim, se a sociedade
brasileira finalmente perceber e rejeitar o comportamento, o componente
fundamentalmente autoritário dessas propostas dos monopolistas da ética,
daqueles que sempre levaram e abusaram dos valores pessoais como a verdade
absoluta. Hoje, a verdade absoluta em nada reproduz...
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Ver. Maurício Dziedricki,
asseguro o tempo de V. Exª. Os funcionários que estão nas galerias não podem
interferir com palavras no debate. Agradecido pela compreensão.
O SR. MAURÍCIO
DZIEDRICKI: Nós relevamos, porque a necessidade desses
funcionários, desses municipários vêm sendo de longa data, porque não foi o
Governo Fogaça que veio a prejudicar o andamento da carreira do funcionalismo
público; foi esse Governo que esteve 16 anos à frente da Prefeitura e que foi
retirado por uma nova composição. Agora, não queiram vocês que, da noite para o
dia, façamos milagre. Nós estamos desenvolvendo um amplo debate democrático
para instituir, verdadeiramente, conquistas para Porto Alegre, sem mais
carregarmos bandeiras partidárias, sem mais levarmos a população como massa de
manobra. E essa participação se dá respeitosamente, companheiros; respeitosamente.
De dedo em riste, estamos vendo muitos companheiros apontarem aquele que sempre
trouxe o dinheiro para suas campanhas, que levou o material, que conduziu o
dinheiro dito não-contabilizado, o dinheiro do caixa-dois. O dinheiro do
caixa-dois, que alimentou o PT, Verª Neuza; o dinheiro do caixa-dois, que
alimentou as campanhas gigantescas desse Partido, e que hoje tem lá, no seu
Presidente, de acordo com um premiado literato, uma paralisia nas suas ações
governamentais, uma verdadeira paralisia. E a nossa maior preocupação é saber
se ele está aqui no País, porque, por muitas vezes, abusa e usa do seu novo
aviãozinho, viajando. E o que mais nos preocupa não é somente o seu
afastamento, a sua falta de gerência nessa política brasileira, mas, sim, o seu
retorno, porque é sempre precedido de desastres! Desastres que precisamos
combater.
Não bastasse isso, a
revista Veja: “O dinheiro de um ditador”. (Mostra revista.) Esses são os homens
que estão à frente da política brasileira, e esses são os homens que, independentemente,
Ver. Raul Carrion, do tempo em que foi feita, foi apregoada a corrupção no
Brasil, mas devem ser apontados de imediato.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu me filio à corrente dos políticos que acham que as críticas são
instrumentos importantes para a reavaliação dos Projetos e reestruturação das
políticas públicas. Porém, eu acho que as críticas devem ser baseadas nos fatos
concretos e objetivos.
Algumas críticas
inverídicas são muito repetidas, com a tentativa de passar a versão pública de
algumas mentiras e transformá-las em realidade.
Eu queria me referir ao
pronunciamento extremamente intempestivo, inclusive não-usual, do Ver.
Comassetto, quando se referiu aos Telecentros. Nós vamos repetir, então, aqui,
mais uma vez - e quantas vezes forem necessárias -, a história dos Telecentros.
Os Telecentros são
espaços extremamente importantes, implantados em várias Prefeituras, não apenas
no Brasil, mas também em Prefeituras de outros países, com a finalidade de
desenvolver uma política de inclusão digital, instrumento fundamental de
inclusão das populações que não tiveram e não têm acesso à compra dos seus
equipamentos de computação. Os Telecentros são instrumentos de aglutinação da
juventude, que resultaram, inclusive, de uma luta de mobilização de várias
comunidades da nossa Cidade.
Infelizmente, no
final do último Governo, não foi definido o orçamento para os Telecentros; era
como se, ao perder uma eleição, a população de periferia não tivesse mais o
direito de acessar os Telecentros.
As Sras
Vereadoras e os Srs. Vereadores sabem, infelizmente não havia orçamento
previsto para os Telecentros das nossas periferias. Com isso, o que pretendiam
os dirigentes do Governo anterior? Fechar os Telecentros? Porque alguém não
pode achar que é possível manter aberto um Telecentro sem recursos, sem
previsão orçamentária. E eu quero dizer para as senhoras e para os senhores
que, evidentemente, esse objetivo foi alcançado. Não havia dinheiro em janeiro,
nem em fevereiro e nem em março! Não havia sido previsto um centavo sequer,
para que a população de periferia pudesse ter acesso aos seus Telecentros, aos
cursos e aos treinamentos.
Porém, nós defendemos
e implantamos uma política de continuidade de qualquer serviço público que
beneficie a população, tendo ele ou não sido criado por um Governo anterior;
porque o Governo tem de se dirigir ao povo, à população que mais necessita, e
não é com o tolhimento desse direito que vão ser construídas políticas com
respeitabilidade.
O Ver. Comassetto
perguntou pelos Telecentros, e eu vou responder: estão espalhados por 26
lugares do nosso Município, porque nós fomos atrás de parcerias, realocamos os
recursos e reabrimos os Telecentros. Convido o Vereador e os outros Vereadores
a irem no Mercado Público - lá, sim, nós reabrimos um Telecentro para a
juventude de baixa renda, que, no Centro da Cidade, não tinha acesso ao
Telecentro do Centro da Cidade.
Nós reabrimos 26
Telecentros neste ano, e é uma lástima que, na sexta-feira passada, o Vereador
não tenha ido à Vila Santa Rosa para a inauguração do 26° Telecentro, um dos
tantos que estão espalhados nas comunidades de Porto de Alegre.
Para concluir, Sr.
Presidente, eu queria dizer que nós achamos que isso é pouco. Por isso a nossa
política da parceria, da Governança, do trabalho conjunto, ampliou as metas, e,
até o final do ano, teremos 40 Telecentros; não apenas prédios vazios, mas
Telecentros com capacidade para treinamento, para acessar dados, para cursos. É
um direito da população o acesso às novas tecnologias, e compreendemos a
inclusão digital como instrumento fundamental de inclusão social, principalmente
da juventude do nosso Município.
(Não revisado pela
oradora.)
Ficou deliberado,
hoje pela manhã, que enfrentaríamos a seguinte ordem para os Projetos: PLE nº
010/05, PLCL nº 027/01 e PLCL nº 024/05.
Estão todas as
Emendas e Subemendas apregoadas.
A Emenda nº 11 ao PLE
nº 010/05 está sendo retirada de tramitação. Eu tenho de submeter ao Plenário.
Em votação o
Requerimento que solicita a retirada da Emenda nº 11, de autoria do Ver.
Professor Garcia, ao PLE nº 010/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. SEBASTIÃO MELO
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu
requeiro à Mesa a seguinte questão: o Ver. Braz fez um longo, um extenso
relatório. Eu reli essa matéria, e, depois, conversando com ele, aqui, no
início da Sessão, ele me colocou a questão, dizendo que, no texto da Lei
originária, a questão do lixo estaria vedada às concessões. Eu acho que essa
questão precisaria ser explicada. Eu submeto a V. Exª, quem sabe, para que essa
questão seja dirimida. Parece que havia uma outra Emenda que viria ou não, mas
eu acho que isso seria importante para balizar esse debate.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N. 4356/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 010/05, que dispõe sobre o Programa Municipal de
Parcerias Público-Privadas. Com Emendas nos. 01 a 08 e 10 a 19. Com
Subemenda n. 1 às Emendas nos. 01, 04 e 05.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR,
CUTHAB, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Luiz Braz: pela
aprovação do Projeto e das Emendas nos. 01, 02, 06, 08 e 11, 17, 18 e 19 e
Subemenda n. 01 à Emenda n. 01, e pela rejeição das Emendas nos. 03, 04, 05,
07, 10, 12, 13, 14, 15, e 16, da Subemenda n. 01 à Emenda n. 04 e da Subemenda
n. 01 à Emenda n. 05.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 27, da
LOM;
- parecer
aprovado na CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e COSMAM;
- parecer
rejeitado na CECE;
- parecer
não apreciado na CCJ, por falta de quórum;
-
retirada a Emenda n. 09;
-
reincluído na Ordem do Dia em 27-10-05.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 010/05. O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 010/05.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhores funcionários que estão aqui nos prestigiando com as suas
presenças, o Projeto de Lei do Município, mais ou menos, copia aquilo que é a
Legislação federal, a Lei nº 11.079, só que, é claro, sugere algumas
modificações, e essas modificações são aprofundadas por algumas Emendas que
foram apresentadas pelos Vereadores das mais diversas Bancadas.
Mas eu acredito, Ver.
Sebastião Melo, que aquilo que mais oferece curiosidade, por um lado, e
resistência, por outro, é exatamente esse artigo 5º do Projeto, onde nós temos
três parágrafos, e nós estamos sugerindo a inclusão de mais um quarto
parágrafo. Todo mundo fica pensando o seguinte: o que será que nós vamos ter de
atividade no Município que pode ser fruto da Parceria Público-Privada? Nós
temos o modelo das concessões que estão lá regradas pela Lei nº 8.666. Mas como
é que ficam as Parcerias Público-Privadas? Será que aquilo que é possível para
as concessões comuns também é possível para as Parcerias Público-Privadas? E aí
já existe, na Legislação federal, algo que tranqüiliza todos aqueles que
pertencem a esses organismos que hoje têm o serviço prestado por meio de
concessões como é o caso, por exemplo, do DMLU, o caso do lixo,
especificamente, que tem uma proibição, Ver. Adeli, já na Legislação federal:
casos de concessões comuns, por exemplo, capina do lixo e recolhimento do lixo,
não são passíveis de ser objeto das Parcerias Público-Privadas.
O que não está lá e
que precisava ser reforçado? A Emenda nº 05, do Ver. Vendruscolo, que também
foi da Verª Sofia e do Ver. Todeschini, mas que nós aceitamos a do Ver.
Vendruscolo por estar bem fundamentada. As outras emendas foram colocadas no
art. 6º, mas quem trata do objeto das Parcerias Público-Privadas é o art. 5º,
por isso a Emenda tinha de estar lá no art. 5º.
Nós aceitamos a
Emenda do Ver. Vendruscolo e colocamos como prejudicadas as outras duas
emendas. Isso possibilita, exatamente, que o serviço de água, aqueles ligados
ao DMAE, não possam também ser objeto da Parceria Público-Privada, eles têm de
continuar a ser prestados da forma como eles estão neste exato instante; eles
são tratados pelo Município através de uma autarquia, Administração Indireta do
Município, que presta esse serviço para a população, e esse serviço é
considerado de boa qualidade.
Então, fica
a dúvida do quê? A dúvida que persiste em minha cabeça, e que ainda não
consegui resolver – eu até pediria para os técnicos da Prefeitura, quem sabe,
resolverem essa dúvida – é com relação aos serviços de informática; é o caso,
por exemplo, dos serviços da PROCEMPA: se eles também são considerados nessas
concessões comuns. Ou será que eles teriam que ser também objeto de uma emenda,
assim como foi o caso do DMAE? Sobre o serviço de informática, Ver. Sebastião
Melo, eu tenho dúvida. Sobre as outras concessões, eu não tenho dúvida nenhuma,
por exemplo, sobre aquelas ligadas ao lixo. O que fica permitido na área do
lixo? É claro, o serviço de pesquisa que for feito a respeito do lixo, para
tratamento do lixo; a gente não vai proibir que, daqui a pouquinho, se tenha,
realmente, um avanço nessas pesquisas, e que nós possamos ter um melhor
tratamento, não é? Isso, na verdade, não faz parte das concessões chamadas
concessões comuns. Agora, o serviço de coleta, serviço de capina, aqueles
serviços normais que são feitos dentro da área do lixo, todos eles já têm uma
vedação na legislação federal. Então, não precisaria nem repetir, mas a Verª
Clênia está fazendo uma nova redação para a Subemenda nº 01 à Emenda do Ver.
Vendruscolo. Essa nova redação faz com que essa legislação federal possa ser
repetida; é a repetição dessa legislação federal que faz com que haja essas
proibições. Então, eu disse para a Verª Clênia e para os Procuradores do
Município que estavam hoje aqui conversando com os Vereadores sobre a matéria
que, sendo assim, eu voto a favor da Subemenda que vai ser apresentada pela
Verª Clênia Maranhão, que dá uma nova redação àquela Subemenda que nós
colocamos apenas para arrumar aquele texto ou para dar um complemento àquele
texto do Ver. Vendruscolo. Eu acredito que é apenas para introduzir, talvez,
uma das partes mais complicadas que vem nesse Projeto de Parcerias
Público-Privadas.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo a
retirada de tramitação da Emenda nº 20 e o ingresso da Emenda nº 25, ambas de autoria
do Ver. Raul Carrion, ao PLE nº 010/05.
Apregôo o destaque das Emendas nºs. 21 e 25 ao
PLE nº 010/05.
Em votação Requerimento de autoria do Ver.
Carlos Todeschini solicitando dispensa do envio à apreciação das Comissões as
Emendas 20, 21, 22, 23, 24 e 25; Subemenda nº01 à Emenda nº12 e Subemendas 2 e
3 à Emenda nº 01, ao PLE nº 010/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que concordam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 010/05.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, caros Vereadores, público presente,
funcionários da Prefeitura, visitantes, eu acompanho esse debate há pelo menos
quatro anos, a questão das Parcerias Público-Privadas, e elas têm um
nascedouro, especialmente nas instituições financeiras internacionais: Banco
Mundial, BID e FMI. E elas se apresentaram para dar conta dos serviços públicos
naqueles lugares onde não é lucrativo e não é conveniente o serviço público
explorar os serviços. Portanto elas nascem com caráter filantrópico,
especialmente na África e na Ásia.
Algumas ONGs recebem
benefícios do Banco Mundial para realizar obras, em especial de abastecimento
de água na África e na Ásia. Foi assim que começou o debate sobre as PPPs. Mas
ele assume uma outra configuração agora, recentemente, que é a criação de um
espaço diferente da contratação pública, da licitação e de outras categorias e
de outros negócios que são exercidos pelo público. Apresenta-se, dessa forma,
um ente intermediário que produz os serviços, porém essa produção dos serviços
não é gratuita e nem vantajosa, como alguns querem fazer acreditar.
Nós fizemos um grande
estudo, por exemplo, na água, no saneamento, que prova que uma contratação na
modalidade de PPP custa, no mínimo, o dobro, se comparado com aquilo que é
feito pelo público. E, por isso, nós temos a convicção e a certeza de que a
água e o saneamento se tornam muito caros, e, como não existe nada de graça, as
tarifas devem cobrir esses custos; portanto, a multa e o imposto quem paga é o
contribuinte, é o trabalhador.
Da mesma forma, tenho
a convicção de que o serviço de limpeza urbana e o serviço de lixo, em todo o
ciclo, desde a coleta até o aterramento, têm de ser público, porque se sabe
quanto vai custar o serviço cotidiano, se sabe quanto se arrecada e se sabe o
que tem de ser feito. Portanto a medição deve ser precisa e é muito mais barata
e mais eficiente quando é feita pelo público, assim como o nosso DMLU, que,
historicamente, tirou nota dez na avaliação da comunidade, pela qualidade dos serviços
que prestou.
O mesmo vale para a
PROCEMPA, e o mesmo vale para o transporte público por ônibus. Não há nenhuma
contrariedade em fazer uma PPP para o metrô ou fazer uma parceria para
construir casas populares - é importante que todos somem esforços e que se
tenham casas -, pois é mais importante, talvez, pagar um pouco de prestação de
aluguel do que as pessoas morarem em lugares insalubres, sem a perspectiva de
ter uma casa. O aluguel, talvez, custe muito mais do que um projeto feito em
parceria, onde há subsídio público de lado a lado, e o privado também entra com
a sua capacidade empreendedora, assim como no caso do Projeto do Cais do Porto
e, talvez, do Centro de Eventos; mas um projeto bem justificado, que possamos
entender e ser tranqüilamente favoráveis a ele. Agora, a água, o saneamento, os
serviços de limpeza urbana, em toda a sua fase, o serviço de processamento de
dados, informações com a qualidade que tem a PROCEMPA, não podem ser entregues
à ganância, ao poderio dessas multinacionais que querem dominar as
telecomunicações, e a gente já está vendo o que elas significam! Por exemplo,
na telefonia celular e na telefonia comum, o único País em que se paga uma taxa
fixa de 40 reais por mês, ou mais, é o Brasil! Pelo poderio que elas adquiriram!
Pela força que têm! Então, imaginem entregar as nossas estruturas vitoriosas
que têm destaque, que têm qualidade - como é o caso da PROCEMPA, como é o caso
daquilo que se produziu aqui pela inteligência e pela qualidade dos nossos
funcionários -, entregar tudo de mão beijada para algumas poderosas empresas
multinacionais! Não existe na Parceria Público-Privada almoço de graça! Não
existe benefício. Se alguém está contando essa história, está enganando, porque
na Parceria Público-Privada vai custar mais, sim, para o trabalhador! Vai
custar mais para o Poder Público! Ela se justifica em alguns casos, mas, nesses
lugares em que o serviço público já é aprovado e tem qualidade, não é o caso!
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir
o PLE nº 010/05.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras aqui presentes, em
primeiro lugar, nós - neste momento, ainda estamos na discussão, portanto não
seria em nome ainda da Bancada, mas já falo também pela Bancada - entendemos
que o Projeto das PPPs não é um Projeto simples, qualquer, irrelevante; ele
tem, Ver. Sebastião Melo, grandes conseqüências para a Cidade. Eu vou, para dar
a idéia da amplitude do que é a PPP nesse Projeto, referir o art. 5º. O que diz
o art. 5º? (Lê.) “Pode ser objeto de Parceria Público-Privada:
I - a delegação,
total ou parcial, da prestação ou da exploração de serviço público, precedida
ou não da execução de obra pública;
II - o desempenho de
atividade de competência da Administração Pública, precedido ou não da execução
de obra pública;
III - a construção,
ampliação, a manutenção, a reforma e a gestão de instalações de uso público em
geral, bem como de vias públicas e de terminais municipais, incluídas as
recebidas em delegação, do Município ou da União”.
Diz mais: “Pode,
inclusive, levar à eliminação de órgãos públicos dentro de uma PPP”.
Portanto, em primeiro
lugar, a primeira preocupação da Bancada do PCdoB e também da Frente Popular é
que haja grande transparência, controle social sobre as PPPs.
Elas não são a
privatização, assim como não são uma mera concessão, mas aqui temos duas
visões: uma visão que quer, de certa forma, tencionar no sentido, Ver. Oliboni,
de fazer da PPP uma forma mitigada de privatização. É uma visão, é uma disputa
que estamos fazendo. E existe uma outra visão que aceita a PPP, mas quer
colocar limites, controle social, fiscalização e transparência.
É inevitável que,
nessa votação e nesse debate, essas duas visões se confrontem.
Nesse sentido,
fizemos uma primeira Emenda, que foi da Verª Manuela e minha, que, no Conselho
Gestor das PPPs, exigia uma Lei Complementar para a sua aprovação.
De certa forma, essa
Emenda se encontra prejudicada, porque o Governo transformou o Conselho Gestor
em Comitê Gestor, e aí não há necessidade da Lei Complementar como desejávamos,
e desejávamos, através da Emenda da Verª Margarete, com a Subemenda da Verª
Clênia, que o processo fosse paritário e tivesse participação popular.
Como houve a
transformação em Comitê Gestor, essa primeira Emenda não existe.
A nossa segunda
Emenda é uma Emenda de Liderança, para que, além da mera consulta pública que
se faz na Internet, que se faz através de uma publicação, que exista audiência pública, que é o local do
contraditório. Debatemos isso com o Governo, e o Governo aceitou.
Essa mesma Emenda exige a prestação de contas anual para o Tribunal de
Contas e para a Câmara Municipal. Também foi aceita pelo Governo.
O SR. RAUL CARRION: Muito obrigado, e agradeço
especialmente ao Ver. Oliboni.
Essa segunda Emenda, no texto
original, na caracterização, o conceito de Parceria Pública e Privada não
entrava na diferenciação que precisa existir entre a concessão patrocinada e a
concessão administrativa, que são as duas figuras da Lei Federal. A concessão
patrocinada é aquele tipo de serviço público em que não é possível, através da
mera tarifa, cobrir os custos da operação e da implantação.
Vamos colocar uma situação que serve de exemplo: um sistema metroviário,
subterrâneo, como temos o Trensurb. Existe aquela idéia de fazer um novo metrô
na Zona Norte, que é um eixo principal, que vai até Gravataí, Cachoeirinha e
assim por diante. Nós sabemos o custo da implantação desse serviço. Sabemos,
Ver. Goulart, que o Trensurb é subsidiado pelo Governo Federal. Então, aqui uma
mera tarifa seria proibitiva, não seria permitida; então, aqui é justo, é
possível pensar numa Parceria Público-Privada, onde Governo e iniciativa
privada fazem investimentos e custeiam a operação. Nesse caso, na tarifa,
haverá uma contrapartida do Governo Municipal. Essa é patrocinada e, digamos
assim, é algo válido. Porém, além dessa, nós temos a
administrativa, que é o tipo de serviço do qual o Poder Público é um usuário;
então ele remunera. Isso não estava claro no Projeto. O Projeto deixava muito
aberto; poderia, talvez, qualquer coisa ser transformada.
Houve também
concordância do Governo, pois tivemos de fazer alguma modificação, e eu estou
conversando com alguns Vereadores, pedindo uma subemenda, que a PPP patrocinada
só deva existir quando a tarifa não puder ser coberta pelo usuário, isto é, que
seja necessária a contrapartida. Por que nós queremos fazer essa subemenda?
Porque, vejam bem, hoje o sistema de ônibus é uma concessão, não há necessidade
de contrapartida; a tarifa dá conta do custo da operação. Se nós não colocarmos
a restrição de que a PPP só pode existir quando a tarifa não é capaz de cobrir,
amanhã ou depois, o sistema de transporte coletivo de ônibus da Capital poderá
ser transformado numa PPP, e o Poder Público estar pagando por um serviço que,
comprovadamente, não necessitaria.
O Sr. Aldacir Oliboni:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador Raul Carrion, V. Exª tem colocado a preocupação, e eu citaria, na
mesma linha que V. Exª está falando, o caso da Carris, por exemplo. A Carris,
sendo privatizada, qual o controle social que nós vamos ter, uma vez que essa
empresa pública dá tamanho lucro e qualidade para o transporte? A questão da
coleta seletiva do lixo, a questão da informática, isso não está explicitado. E
a Emenda do nobre Ver. Todeschini proíbe exatamente a possibilidade concreta de
haver a privatização branca, como V. Exª está falando.
O SR. RAUL CARRION: Perfeito. O Governo chegou até um ponto, concordou em que o ciclo da
água não seja submetido ao Projeto das PPPs, mas nós temos outras Emendas, não
da nossa Bancada, da Bancada da Frente Popular, do PT, que trabalhamos juntos
essa questão, no sentido de que também sejam excluídos setores como o lixo,
setores como a PROCEMPA, que nós entendemos que não devem ser submetidos às
PPPs. No que se refere a esses pontos, nós não chegamos a uma concordância com
a atual Administração. Em alguns outros pontos, como indiquei aqui, temos já
concordância, mas nos reservamos o direito de disputar, no plenário, o
convencimento dos Vereadores e, talvez, do próprio Governo, de que é importante
que a nossa PROCEMPA não seja submetida às PPPs, que o nosso DMLU, se tem
problemas, que seja aperfeiçoado, que seja melhorado, que encontremos os
caminhos, mas que não seja transformado em PPP. E é bom lembrar que, mesmo não
sendo privatização, um contrato de PPP pode prever, Ver. Paulo Odone, inclusive
a extinção do órgão, mas é claro que aí terá de ser submetida a uma lei.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Ervino Besson.)
O SR. RAUL CARRION: Sim, perfeitamente, Ver. Ervino, sustento isso, precisará uma lei, mas o
contrato pode prever, inclusive, o encaminhamento da lei.
E não me passa pela
cabeça que uma empresa vitoriosa como a PROCEMPA pudesse vir a ser substituída
por uma PPP e até vir a ser extinta, ou que, no nosso DMLU, pudesse acontecer
isso. Claro que não seria automático, ao aprovar aqui, poderia haver uma PPP no
DMLU, e até futuramente, através de um Projeto de Lei, chegar à extinção.
Então, são pontos que
não conseguimos ainda um acordo com o Governo, mas o processo da discussão é
para isso. Muito obrigado. Agradeço o Ver. Oliboni pela cedência de tempo.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para discutir o PLE nº 010/05.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, estamos, neste momento, na Câmara Municipal de Porto Alegre,
discutindo um importantíssimo Projeto encaminhado a esta Casa, desde o mês de
maio, pelo Executivo Municipal, pela Prefeitura de Porto Alegre, o Projeto que
chamamos PPPs.
Para as pessoas que
estão acompanhando este debate, quero explicar o que significa Parcerias
Público-Privadas: é um contrato que avança em relação às legislações anteriores
como, por exemplo, as legislações que tratam das questões das concessões
públicas. Ela é mais inovadora, permite transparência e tem uma faceta
extremamente importante, porque retoma um conceito que foi muito minimizado no
Brasil nos últimos anos, que é a questão do planejamento a longo prazo.
Há, em vários países
do mundo, legislações construídas com base nesse conceito das Parcerias
Público-Privadas, que propiciaram um significativo crescimento dos países.
Poderíamos citar a experiência da Austrália, a experiência da Inglaterra, da
Itália. E, no Brasil, seguindo essa ótica, o Governo Federal aprovou uma
legislação desde o ano de 2004. Muitos Estados implantaram, como é o caso do
Mato Grosso, que implantou imediatamente essas parcerias e hoje é apontado como
um Estado com rápido processo de desenvolvimento nesses últimos anos, resolvendo
problemas graves e antigos do Estado, como a questão das rodovias.
Mas as Prefeituras
Municipais não necessitam, tendo uma Lei Federal, enviar para a Câmara uma Lei
referente às Parcerias Público-Privadas.
O Prefeito José
Fogaça, por uma coerência com a sua forma de gestão, de absoluto respeito com o
Parlamento, e buscando ampliar, dentro da comunidade e dentro do Parlamento,
esse debate, encaminhou para a Casa esse Projeto.
Ver. Haroldo de
Souza, V. Exª poderia me ceder seu tempo?
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): Vereadora, V. Exª está com a palavra por mais cinco
minutos, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Agradeço ao Ver. Haroldo de Souza pela cedência de
seu tempo, para que eu possa concluir o meu raciocínio.
Então, eu estava
colocando que o envio de um Projeto de Lei para este Parlamento, que trata das
Parcerias Público-Privadas, se coloca dentro da ótica de ampliação de debate
político com o Parlamento e com o
conjunto das Bancadas que compõem este Parlamento.
É importante deixar claro que esse ordenamento jurídico não é e não pode
ser confundido com privatizações ou com legislações referentes às concessões.
Ela é uma Lei que cria um novo significado na modalidade da administração
pública por intermédio dos contratos.
É importante ressaltar, também, que as Parcerias Público-Privadas
permitem - está definido nesse Projeto cujo processo de discussão iniciamos
hoje - que os contratos e também as prestações de contas serão enviadas
anualmente a esta Casa e ao Tribunal de Contas do nosso Estado. Há, inclusive,
a determinação de se instalar um comitê gestor responsável pela elaboração de
um plano anual de PPPs a partir da demanda dos órgãos públicos. Cada contrato
terá uma vigência que será prevista inclusive na Lei Orçamentária. Portanto,
nós poderemos fazer o enriquecimento dessa discussão, quando discutirmos aqui
as leis orçamentárias do nosso Município.
Por último, eu queria dizer que, desde maio, esta Casa fez sucessivos
debates em relação a isso. Temos o Relatório construído na Comissão de Justiça,
temos feito nos últimos dias várias reuniões com várias Bancadas da base do
Governo e de oposição, e houve um processo de enriquecimento da proposta
original do Executivo, que culminou, até este momento, com a adição de 23
Emendas de vários Vereadores e de várias Bancadas, algumas das quais
modificadas por Subemendas, para nós podermos, sem ferir o espírito da Lei
Federal, aprimorar, em nível do Município, uma legislação que se adapte às
nossas necessidades e que corresponda aos debates
políticos feitos pelo conjunto das Bancadas.
Eu quero dizer que
aprendemos, seguramente todos nós, os Vereadores e Vereadoras que participaram
desse debate, aprendemos muito com ele; foi uma construção conjunta. E
aprendemos, fundamentalmente, porque, se Porto Alegre aprovar hoje essa
legislação, nós estaremos fazendo com que a nossa Cidade, após um processo
democrático de debate, seja a primeira Capital do País a aprovar uma
legislação, no Parlamento, referente às Parcerias Público-Privadas.
Então, dito isso, Sr.
Presidente, eu peço às Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores todo o empenho,
para que possamos votar hoje o Projeto de Lei das Parcerias Público-Privadas,
encaminhado pela Prefeitura, debatido amplamente e enriquecido com 23 Emendas
das Sras. Vereadoras e dos Srs. Vereadores.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei solicita
Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. A Mesa declara empossado o
Ver. Mauro Pinheiro, em função do impedimento de os Suplentes Marcelo Danéris e
Guilherme Barbosa assumirem a Vereança.
O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLE nº 010/05.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, muito bem falaram aqui Vereadores que me
antecederam sobre o significado das PPPs, Parcerias Público-Privadas. Por ser
uma entidade nova, não ser de domínio público, há que se salientar sempre que
PPPs significa Parcerias Público-Privadas.
No nosso entender,
não deixa de ser também um sistema de privatização, porém com um pouco mais de
evolução. É, sim, a Parceria Público-Privada um sistema de privatização dos
serviços públicos. E é nessa linha que nós nos preocupamos e entramos com uma
Emenda, excluindo a participação da água nas Parcerias Público-Privadas, porque
entendemos que a água é um bem sagrado, é algo que não se pode mexer, é algo
que se deve manter com o Poder Público. Privatizar ou entregar a água às
Parcerias Público-Privadas seria quase que entregarmos o oxigênio que
respiramos, fazendo um exagero na comparação. Por isso nós temos convicção de
que a água não deve fazer parte das Parcerias Público-Privadas.
Da mesma forma, sem
querer agradar um ou outro, também entendemos que o serviço de informação – e
aí entra a PROCEMPA –, por uma questão de segurança, não deve integrar as
Parcerias Público-Privadas. Ao nosso ver, no nosso entender, a PROCEMPA deve
permanecer com o Poder Público, porque, lá na PROCEMPA, está concentrada a segurança
do Município. Esse é o nosso entendimento, o de que a PROCEMPA não deve fazer
parte das Parcerias Público-Privadas.
A água, por ser um
bem sagrado, e a PROCEMPA, por ser um serviço de segurança, não podem ter seus
serviços entregues à iniciativa privada.
Muito bem, mas a
Parceria Público-Privada nasceu e nasce, tem força e vem, e tenho certeza de
que esta Casa vai aprovar, porque é na parceria que os órgão públicos, tanto
municipais, estaduais ou federais, buscam aquilo que não se tem hoje: o capital
para gerir, para investir. E virão da iniciativa privada esses recursos para
investirmos nesses órgãos deficientes por falta de recurso.
Então, é nesse
sentido que se justificam as Parcerias Público-Privadas: a busca de recursos
dos entes públicos nos entes privados. E a diferença daquele sistema primário
de privatização é que lá é permanente, lá é feita uma venda, e o órgão que é
privatizado tem, pela vida toda, a autorização para explorar aquele serviço,
salvo interferência radical do Poder Público. Aqui, a Parceria Público-Privada
é por tempo limitado, com prazo máximo de 30 ou 35 anos - foge-me agora esta
informação -, mas é por prazo determinado. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Há necessidade de colocar em
votação a prorrogação da presente Sessão.
O SR. PAULO ODONE: Há um consenso entre as Bancadas de nós encerrarmos a Sessão neste
estágio e retomarmos, na quarta-feira, para encerrar a discussão do Projeto das
PPPs.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Visivelmente, não há quórum.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 18h47min.)
* * * * *